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porto velho, segunda-feira 3 de fevereiro de 2025
MUNDO: O Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) da Argentina divulgou na sexta-feira (14) seu índice de preço ao consumidor e registrou a maior inflação dos últimos anos, fechando o acumulado de 12 meses em 83%. No mês de setembro houve uma desaceleração e marcou 6,2%, mas no acumulado do ano, a alta foi de 66,1%.
Este resultado deixa a Argentina em segundo lugar no ranking de grandes economias compilado pela Austin Rating, com países do G20 mais a Zona do Euro, ficando atrás apenas da Turquia que está com uma inflação de 83,5%.
O Brasil ocupa a 14ª posição deste relatório, atrás de grandes potências econômicas como Estados Unidos (8,2%), Espanha (8,9%), Zona do Euro (9,1%), Reino Unido (9,9%), dentre outros.
O país registrou em setembro seu terceiro mês seguido de deflação, com queda de 0,29% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de acordo com anúncio do IBGE feito na terça-feira (11). Com isso, o índice acumula alta de 7,17% em 12 meses.
A Argentina passa por um dos momentos econômicos mais delicados da história. De acordo com Juan Frers, professor de economia e impostos da Universidade de Direito de Buenos Aires, a inflação é um dos desafios econômicos mais importantes da economia Argentina. “Esse fenômeno gera uma perda direta de capacidade econômica entre os consumidores, afetando diretamente o consumo”, explica.
Por conta desta situação, argentinos estão recorrendo, inclusive, à reciclagem de lixões ou fazendo fila para levar pertences em clubes de troca.
Para Frers, devido à perda de confiança na moeda local, aos altos níveis de inflação e ao baixo nível de renda, dia após dia, os argentinos ganham menos dinheiro. “Estima-se que as famílias que estão na linha da pobreza recebam uma renda mensal de 37.803 pesos (cerca de R$1.325,00) e a cesta básica está valendo 62.989 pesos (cerca de R$ 2.208,00). Hoje, 27,7% dos domicílios vivem pessoas abaixo da linha da pobreza”, aponta.
O professor conta que milhões de argentinos estão tendo que viver com vários empregos. “Aqui na Argentina, um único emprego com renda mínima não é suficiente para combater os efeitos da inflação e viver com dignidade”, completa.
Vale relembrar que, de acordo com uma pesquisa de analistas publicada pelo Banco Central da Argentina, a inflação anual do país poderá atingir 104,5% este ano.