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    porto velho, sexta-feira 1 de agosto de 2025

Onda de violência assusta Porto Velho; polícia age mas crime avança na cidade

Nos últimos dias, uma série de ocorrências violentas expôs com crueza a realidade das ruas da capital...


Redação

Publicada em: 01/08/2025 10:37:00 - Atualizado

PORTO VELHO - RO -  A capital rondoniense vive dias de tensão crescente com o avanço da criminalidade. A capital de Rondônia tem registrado uma escalada preocupante de roubos violentos, invasões de residências e confrontos armados, que colocam em xeque a sensação de segurança da população. Apesar do esforço incansável das forças policiais, o crime tem se mostrado ousado e, em muitos casos, implacável.

Nos últimos dias, uma série de ocorrências violentas expôs com crueza a realidade das ruas da capital. Em um dos casos mais impactantes, um criminoso invadiu uma residência, disparou contra um policial militar, atingindo-o no rosto, e acabou morto durante o confronto. A brutalidade do episódio chocou até os mais experientes integrantes das forças de segurança.

Em outra ação, a Polícia Civil desarticulou um verdadeiro depósito de drogas mantido por uma quadrilha atuante na zona urbana da cidade. A operação resultou em várias prisões, revelando o nível de estrutura que algumas organizações criminosas mantêm em Porto Velho.

Não bastasse isso, criminosos disfarçados com fardas, numa tentativa de ludibriar a população e dificultar a ação da polícia, vêm cometendo assaltos nas proximidades da BR-319. O uso indevido de uniformes oficiais demonstra um grau alarmante de audácia e desrespeito às instituições.

Um dos casos que ainda mobiliza as forças policiais envolveu três bandidos que invadiram uma casa, aterrorizaram uma família, roubaram um carro e uma arma de fogo. Os criminosos seguem foragidos e são procurados intensamente pelas autoridades.

Apesar do cenário desafiador, a Polícia Militar e a Polícia Civil mantêm uma atuação firme e constante. Diariamente, equipes arriscam suas vidas em operações e investigações, atuando com coragem diante de um sistema que, muitas vezes, parece favorecer os criminosos. A reincidência penal, facilitada por uma legislação branda e recheada de benefícios processuais, alimenta um ciclo de violência difícil de conter.

“A verdade é que, para muitos desses marginais, o crime continua compensando”, diz um agente da segurança que preferiu não se identificar. “Sabem que, se forem presos, logo estarão de volta às ruas. O medo de ser punido desapareceu.”

O número de ocorrências diárias, segundo fontes da segurança pública, já ultrapassa a casa das dezenas. Enquanto isso, a população convive com o medo, cercada por grades, câmeras e sistemas de alarme, tentando se proteger de uma violência que invade não apenas as ruas, mas os lares.

Porto Velho, assim como outras capitais da Amazônia Legal, enfrenta um dilema: forças policiais que reagem com bravura, mas um sistema judicial e penal que pouco contribui para a efetiva punição dos criminosos. A equação está desequilibrada, e quem paga o preço é o cidadão comum.

A sociedade clama por respostas. A sensação é de que, por mais que a polícia trabalhe — e trabalha duro —, os criminosos seguem se multiplicando, certos da impunidade e protegidos por brechas legais. A segurança pública virou campo de batalha, e o Estado, por vezes, parece lutar com as mãos atadas.

O desafio é claro: frear a expansão do crime e resgatar o direito básico de viver em paz. Mas, para isso, só o esforço da polícia já não basta. É preciso que o sistema como um todo — legislativo, judiciário e executivo — assuma sua parte nessa guerra que parece longe de acabar.


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