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porto velho, segunda-feira 9 de junho de 2025
Após reunião na Câmara dos Deputados, a liderança do governo anunciou que vai orientar parlamentares aliados a votarem a favor do relatório da medida provisória (MP) que reestruturou a Esplanada dos Ministérios. A medida vai contra as ministras Marina Silva e Sônia Guajajara. Isso porque o texto esvazia atribuições dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.
O relatório, produzido pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), devolve ao Ministério da Justiça a função de demarcar terras indígenas e quilombolas. Na MP editada por Lula, a tarefa era responsabilidade do recém-criado Ministério dos Povos Indígenas.
O texto de Bulhões também retira o Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Ministério do Meio Ambiente. O CAR passaria a fazer parte do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Já a política de recursos hídricos, também atribuição da pasta ambiental, iria para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
As mudanças provocaram revolta entre representantes dos movimentos ambientalista e indígena. Em reunião na última semana, o presidente Lula havia prometido “trabalhar” para reverter o esvaziamento das pastas.
A matéria, editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é uma das seis MPs que perdem prazo de validade em 1º/6.
Ao editar uma medida provisória, o governo garante que o texto tenha força de lei. A matéria, no entanto, deve ser aprovada pelo Congresso Nacional no prazo de 120 dias. Caso não ocorra, a medida perde o efeito.
Nesta semana, o Congresso Nacional deve fazer esforço concentrado para apreciar parte das medidas. Não há, no entanto, garantia de que todas as matérias serão avaliadas no prazo.