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porto velho, sexta-feira 29 de novembro de 2024
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, viajou de Brasília a São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e acompanhou a final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo, no Morumbi, neste domingo (24). Ela é flamenguista.
De acordo com a ministra, em vídeo divulgado nas redes sociais, a ida ao estádio foi para assinar uma ação do governo federal para combater o racismo no esporte. O uso da aeronave gerou críticas nas redes sociais de parlamentares da oposição.
“Esse é mais um passo no avanço do trabalho da justiça racial em todos os esportes, que estamos construindo desde fevereiro. Com racismo não tem jogo!”, disse a ministra em uma rede social.
Também estiveram presentes na ação o ministro Silvio Almeida, de Direitos Humanos e da Cidadania, e André Fufuca, do Esporte, e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues. Durante o jogo, houve também divulgação do Disque 100 para violações de Direitos Humanos no telão do estádio.
Nas redes sociais, parlamentares críticos ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusaram a ministra de ter usado um avião da FAB para assistir ao jogo de seu time.
“É só coincidência ela ter ido justo no dia da final sendo ela flamenguista, gente. Ela não pôde ir em momento algum antes disso. E o brasileiro segue pagando as viagens a lazer de Lula e seus ministros”, afirmou o líder da oposição na Câmara dos Deputados, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).
No início do ano, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, usou um avião da FAB para viajar a São Paulo, onde participou de leilões de cavalo, além de receber diárias relativas ao período, no qual cumpriu duas horas de agendas relativas ao cargo no Estado, conforme revelou o jornal “O Estado de S. Paulo” em série de reportagens.
Em entrevista à CNN, o ministro disse que teve a oportunidade de esclarecer “todas essas acusações infundadas” ao presidente Lula, com quem se reuniu. Ele permaneceu no cargo.
O uso de avião da FAB é regulamentado por um decreto presidencial e prevê uma ordem de prioridade: primeiro, em casos de emergências médicas; segundo, quando há razões de segurança; por fim, viagens a serviço. As regras em vigor não permitem solicitar o jato para passar o final de semana em casa, por exemplo.
Em nota, o Ministério da Igualdade Racial alega que o voo foi utilizado para uma “missão institucional”. Já Anielle afirmou, em uma rede social, que é “inacreditável que uma ministra seja questionada por ir fazer o seu trabalho”.