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porto velho, sábado 17 de maio de 2025
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, criticou nesta sexta-feira, 3, o governo de Israel por não incluir o grupo de cerca de 30 brasileiros retidos na Faixa de Gaza à espera de uma autorização para deixar o território palestino em meio à guerra entre os israelenses e o grupo palestino Hamas.
A retirada de estrangeiros começou na quarta-feira e por três dias seguidos não incluiu nenhum brasileiro no grupo. Desde os atentados do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, o governo tenta, sem sucesso, tirar os brasileiros de Gaza.
Segundo Gleisi, Israel discrimina o Brasil e não apresenta nenhuma justificativa para isso. A deputada ainda acusou Tel-Aviv de elaborar as listas de saídas de estrangeiros de Gaza com base em uma 'hierarquia política'.
"O governo israelense sinaliza que estabeleceu uma hierarquia política para a liberação de civis, privilegiando alguns países em detrimento de outros", disse Gleisi em sua conta no X, o antigo Twitter. " Da mesma forma que defendemos a libertação dos reféns israelenses, não podemos admitir que civis brasileiros permaneçam ameaçados numa região sob massacre militar. Liberdade já para os brasileiros(as) em Gaza."
Críticas de Lula
Em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou em mais de uma oportunidade a retaliação de Israel ao Hamas pelos ataques terroristas do início daquele mês. Lula chegou a qualificar a ação israelense de 'genocídio'.
Apesar disso, a diplomacia brasileira diz que não há retaliação política na elaboração das listas, feitas em conjunto por Israel e Egito, após um acordo mediado no início da semana com auxílio de Estados Unidos e Catar.
Como exemplo de que não haveria 'má vontade', o embaixador brasileiro em Israel Frederico Meyer citou à TV Globo o exemplo da Indonésia, um país de maioria muçulmana e sem relações com Israel, e que teve seus nacionais incluídos em uma das listas iniciais.