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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
A primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, se manifestou nas redes sociais após ter seu perfil no “X” (antigo Twitter) invadido, na noite de segunda-feira (11). Durante o ataque hacker, foram publicadas uma série de provocações e ofensas de cunho pornográfico e misógino.
“Na noite de ontem, os ataques de ódio e o desrespeito que eu sofro diariamente chegaram a outro patamar. Minha conta no X foi hackeada e, por minutos intermináveis, foram publicadas mensagens misóginas e violentas contra mim. Posts machistas e criminosos, típicos de quem despreza as mulheres, a convivência em sociedade, a democracia e a lei”, escreveu Janja em seu perfil no Instagram, nesta terça-feira (12).
Mais cedo, a Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar a invasão na conta da primeira-dama. A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou a plataforma “X”, cobrando o congelamento do perfil de Janja até a conclusão das investigações e exigindo a preservação de todos os registros e elementos digitais relativos à conta.
“Eu já estou acostumada com ataques na internet, por mais triste que seja se acostumar com algo tão absurdo. Mas a realidade é que a internet é um espaço potente para o bem e para o mal. E é comprovado que nós, mulheres, somos as que mais sofrem com os ataques de ódio aqui nas redes. O que eu sofri ontem é o que muitas mulheres sofrem diariamente”, acrescentou a primeira-dama.
Janja completou o texto agradecendo as manifestações de solidariedade recebidas.
A CNN tenta contato com o “X” para comentar o caso.
Segundo o coordenador do curso de direito da ESPM, Marcelo Crespo, advogado especialista em direito digital, no Brasil, postagens com esse tipo de conteúdo são consideradas crime.
O professor explica que, ao usar palavras ofensivas, o criminoso cometeu o crime de injúria. Em outras postagens, o hacker também cometeu o crime de difamação.
Em relação à invasão da conta, Marcelo Crespo explica que existe no Brasil o artigo 154, letra a, que prevê o crime de invasão ao sistema informático. “Ele surgiu depois do hackeamento dos equipamentos da Carolina Dieckmann”.
“Nós estamos falando de duas situações: invadir e praticar o crime de invasão e após hackear, praticar os crimes contra a honra”, explica o advogado.