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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
BRASIL - O governo de Michel Temer atingiu um nível extremo de enfraquecimento político após a greve dos caminhoneiros no Brasil. De acordo com aliados do presidente no Congresso Nacional e ministros do Supremo Tribunal Federal, se a situação piorar, Temer corre o risco de não conseguir se manter no governo nos sete meses que restam.
A Folha de S. Paulo avalia que a área econômica do governo sofreu forte queda de credibilidade após a crise instaurada pela greve dos caminhoneiros. Veja aqui os impactos das paralisações pelo Brasil.
"A greve dos caminhoneiros detonou a popularidade do Temer e do governo, a população está revoltada. O governo tinha ainda certa credibilidade na equipe econômica. Era um alicerce importante", afirma o deputado Rogério Rosso (DF), do também aliado PSD.
Antes disso, Temer insistia em afirmar que sua administração havia sido responsável pela redução da inflação e por tirar o país da recessão. No entanto, a gestão do emedebista é considera a mais impopular desde pelo menos a gestão de José Sarney (1985-1990).
A crise acarretada pela greve dos caminhoneiros mostrou que país passa por uma grave situação de desabastecimento, cenário não detectado pelo governo apesar de alertas nessa direção, segundo destaca a Folha.
O enfraquecimento político de Temer ficou ainda mais evidente quando o Palácio do Planalto foi obrigado a ceder em vários pontos, mas mesmo assim não conseguiu até esta segunda-feira (28), oitavo dia da crise, encerrar a paralisação.
"Não é o caminhoneiro, é o brasileiro que não admite a Presidência do Temer. O PT insistiu na Dilma. Deu no deu", afirmou em nota o líder da bancada do aliado DEM, o senador Ronaldo Caiado (GO).
A crítica ao governo também parte de um dos principais correligionários de Temer na Câmara. O deputado Beto Mansur (MDB-SP) afirma: "Tivemos um problema na questão da inteligência do governo, de não saber o tamanho da 'trolha', essa é minha opinião, mas tem que procurar resolver. Esse é um processo perde-perde, ninguém ganha."
No entanto, até mesmo a oposição é contrária aos pedidos de intervenção que ecoam entre grupos de manifestantes.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
A avaliação de ministros do STF é a de que o governo subestimou os caminhoneiros. No caso de o desabastecimento se agravar, há o risco de uma revolta de maior proporção, cogitam os magistrados.
Ainda segundo a Folha, os ministros afirmam que Temer o seu entorno estão longe de representar uma voz com força para dialogar com diferentes grupos sociais. Eles avaliam que Temer deveria procurar institucionalmente os governadores e chefes de outros poderes para dialogar sobre a situação. No entanto, a interlocução do Palácio do Planalto com o STF tem sido feita pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que já conversou com quase todos os 11 magistrados, pessoalmente e por telefone.