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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
Lula deu a maior bandeira no mesmo dia em que atacou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A bandeira é que ele gostaria muito, mas muito mesmo, de enfrentar Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2026.
O petista escreveu no X o que afirmou em entrevista a uma rádio:
“Eu estarei com 80 anos em 2026, no auge da minha vida. Mas não quero discutir reeleição agora. Estou com 1 ano e 6 meses de mandato. Eu quero cumprir o que prometi ao povo brasileiro. Tem muita gente boa que pode ser candidato. Mas, se for necessário ser candidato para impedir que os trogloditas voltem a governar, pode ter certeza que meus 80 anos vão virar 40 para enfrentá-los. Não vou permitir que esse país volte a ser governado por um fascista e negacionista.”
Ao contrário do que diz, Lula só pensa em reeleição desde o dia em que começou o seu terceiro mandato. Ao contrário do que dá a entender, o PT não tem outro nome forte para a presidência da República. Fernando Haddad, o mais citado para suceder Lula como candidato, tem grande rejeição do eleitorado, segundo as pesquisas mais recentes. Em maio, a Quaest aferiu que 50% dos brasileiros fazem muxoxo para o atual ministro da Fazenda.
Como quer ser reeleito, não tem sucessor político à altura e não há perspectiva de que o seu terceiro mandato seja um sucesso retumbante a ponto de enfrentar sem grande risco um Tarcísio de Freitas, por exemplo, nome difícil de ser caracterizado como “perigo à democracia”, Lula usa o plural “trogloditas” para expressar o seu desejo por apenas um troglodita: Jair Bolsonaro.
Este colunista disse, não faz tanto tempo, que Lula talvez tivesse chegado à conclusão de que foi um mau negócio tornar o adversário inelegível. A bandeira que o chefão petista deu ontem não poderia ser maior prova disso. Tanto Lula como Jair Bolsonaro querem repetir o duelo de 2022.
O primeiro aposta que o segundo continuará a ser rejeitado pela maior parte dos eleitores, daí a necessidade de não parar de falar nele para manter o seu nome vivo. O segundo aposta que o governo do primeiro será um fiasco capaz de reabilitá-lo. Ambos só precisam combinar com o STF, porque no Legislativo a coisa já está andando para liberar o troglodita.