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    porto velho, sexta-feira 25 de julho de 2025

Esquerda propõe imposto que mira Google, Whatsapp, Instagram e Facebook: “Pix das techs”

Projeto cria taxa de 7% sobre anúncios e dados digitais e devolve parte em Pix para usuários


metropoles

Publicada em: 23/07/2025 17:05:33 - Atualizado

O deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) protocolou um projeto de lei que cria a Contribuição Social Digital [CSD], apelidada no texto de “Pix das big techs”. Os alvos são big techs como Google, Meta (Whatsapp, Instagra, Facebook) e X [antigo Twitter].

O tributo incidirá sobre “a receita bruta de serviço de veiculação de publicidade em meio digital que utilize dados coletados de usuários; e venda ou transferência de dados gerados por usuários localizados no Brasil”.

A proposta fixa uma alíquota de 7% e determina que metade de tudo que for arrecadado seja devolvida em dinheiro aos usuários por meio de um “novo instrumento de transferência de renda a ser criado nomeado Pix das big techs para todo brasileiro em território nacional”.

Na justificativa, Boulos argumenta que a medida é uma resposta ao “crescimento do poder econômico e político das big techs”, que, segundo o texto, “tem gerado sérios riscos à soberania nacional e à democracia”.

O parlamentar sustenta que as plataformas “exploram dados pessoais de usuários brasileiros, utilizam algoritmos e publicidade segmentada para manipular comportamentos, polarizar debates e maximizar lucros, sem contribuir proporcionalmente para o desenvolvimento do país”.

“Lucros para paraísos fiscais”

O projeto sustenta que as big techs “deslocaram cerca de 36% de seus lucros para paraísos fiscais” e que a prática de transferir ganhos para fora “resulta em exportação de riqueza sem retorno para as nações que sustentam essas empresas”.

Além do repasse direto, o texto também destina parte da arrecadação para fortalecer a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e financiar programas de “proteção de dados pessoais, segurança digital e combate à desinformação”.

Há ainda a previsão de auditorias independentes dos algoritmos usados pelas plataformas para direcionar publicidade — uma forma, segundo o texto, de combater abusos de segmentação.

Na justificativa, Boulos menciona que países como França, Espanha e Portugal já têm modelos semelhantes, afirmando que a ideia é “pressionar as multinacionais a repartir os ganhos com as sociedades que sustentam suas atividades”.




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