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    porto velho, quarta-feira 30 de julho de 2025

Lula ficou isolado criticando Trump enquanto potências globais negociaram tarifas menores

Lula ficou isolado criticando Trump enquanto potências globais negociaram tarifas menores


Redação

Publicada em: 28/07/2025 16:25:51 - Atualizado


Em meio à crescente tensão comercial causada pelas promessas do ex-presidente americano Donald Trump de impor tarifas de até 50% sobre produtos importados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu seguir um caminho distinto do adotado por outras lideranças globais: em vez de buscar diálogo, optou por críticas públicas diretas.

Durante um discurso recente, Lula classificou a política econômica de Trump como "nociva ao comércio global" e acusou o republicano de adotar medidas "isolacionistas que penalizam países em desenvolvimento". A fala ocorre no momento em que Trump, favorito nas prévias do Partido Republicano, volta a subir o tom contra a globalização e ameaça impor barreiras comerciais até mesmo a países aliados.

A postura do presidente brasileiro contrasta com a de líderes de grandes potências, como os da União Europeia, Japão, Canadá e até mesmo da China, que, embora preocupados com as medidas protecionistas anunciadas por Trump, têm preferido agir nos bastidores e manter canais abertos de negociação, com o objetivo de minimizar danos e proteger setores estratégicos.

Especialistas avaliam que, ao confrontar diretamente Trump, Lula pode estar colocando em risco interesses comerciais importantes do Brasil, especialmente no agronegócio e na indústria. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do país, e uma política de retaliação tarifária americana pode afetar exportações brasileiras de aço, carne bovina, celulose, entre outros produtos, reduzindo a competitividade nacional e ameaçando empregos em diversos setores.

“Enquanto o mundo tenta conter o impacto de uma possível nova guerra comercial com diplomacia e negociação, o Brasil está caminhando na contramão. Lula isolou o país em um debate no qual deveria estar tentando preservar seus interesses, não politizá-los”, avalia um analista de relações internacionais ouvido pela reportagem.

A fala de Lula também repercutiu mal entre setores empresariais. Representantes da indústria e do agronegócio demonstraram preocupação com o tom adotado pelo presidente, temendo represálias futuras. “Não se trata de apoiar Trump, mas de entender que a relação comercial com os Estados Unidos é estratégica. A crítica pública, nesse momento, é um erro tático”, afirmou um dirigente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), sob condição de anonimato.



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