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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
BRASIL - O deputado federal e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e seus filhos empregaram, nos últimos 20 anos, uma ex-mulher do parlamentar e dois parentes dela em cargos públicos em seus gabinetes.
A informação foi revelada pela reportagem de Eduardo Bresciani, Miguel Caballero e Paulo Celso Pereira, do jornal O Globo.
Segundo as apurações, Ana Cristina Valle, ex de Bolsonaro e mãe de Jair Renan, o quarto filho do presidenciável; a irmã dela, Andrea, e o pai das duas, José Cândido Procópio, ocuparam as vagas a partir de 1998.
Ana Cristina e José Cândido não estão mais nos gabinetes da família. No entanto, Andrea continua lotada no gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidenciável, mas não trabalha no local. A reportagem tentou encontra-la, mas funcionários disseram desconhecê-la.
De acordo com ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina, a irmã, e tamém o pai, trabalham em Resende, uma das bases eleitorais de Bolsonaro. A publicação explica que o trabalho de assessores nas bases dos parlamentares é permitido.
Ana Cristina trabalhou no gabinete de Carlos Bolsonaro, outro filho de Bolsonaro. A Câmara do Rio não informou o período em que ela atuou na casa. Ela disse que deixou a Câmara em 2006, quando terminou a relação com Jair Bolsonaro. Atualmente, Ana Cristina, ex de Bolsonaro, é chefe de gabinete do vereador Renan Marassi (PPS), em Resende.
As nomeações aconteceram há 20 anos e não são tecnicamente enquadrados como nepotismo. Em 2008, o Supremo Tribunal Federal normatizou a contratação de parentes. Pelo grau de parentesco com Flávio Bolsonaro, não se enquadra na proibição expressa na súmula do STF.
Em nota, o deputado e presidenciável Jair Bolsonaro afirma que sempre agiu dentro da lei, respeitando a súmula vinculante editada pelo STF, em 2008, que normatizou a contratação de parentes. Bolsonaro admite sugeriu o nome de sua ex-mulher Ana Cristina Valle para trabalhar como assessora de um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, na Câmara Municipal do Rio, e que contratou em seu gabinete o pai e a irmã de Ana Cristina, mas ressalta que essas indicações e contratações ocorreram antes da decisão do Supremo.