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porto velho, sexta-feira 22 de novembro de 2024
BRASIL - O advogado do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral entrou com um habeas corpus, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o objetivo de impedir a transferência dele para presídio federal do Mato Grosso do Sul.
No entanto, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora da Operação Calicute na Corte, negou o pedido, nesta sexta-feira (27). Com a decisão, Cabral deve ser encaminhado para a Penitenciária Federal de Campo Grande, nos próximos dias, conforme divulgado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. A data da mudança não foi divulgada, por questões de segurança.
No pedido feito à Justiça, o advogado Rodrigo Roca chegou a pedir desculpas ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável pela determinação. "Com as escusas por embaraços causados ao citado magistrado ou ao bom andamento dos trabalhos desse Juízo, pede-se a reconsideração da decisão", diz trecho da peça.
Atualmente, Cabral está preso na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Com a ida a Campo Grande, o ex-governador deve ter uma rotina mais dura, já que lá os detentos são monitorados por câmeras de segurança 24 horas por dias, as visitas só ocorrem uma vez por semana - no pátio da unidade, com tempo limitado a três horas -, e os advogados são impedidos de ter contato físico com os clientes.
Além disso, conforme informações do portal G1, as celas costumam ter área de sete metros quadrados, com mobiliário feito de concreto.
Para ordenar a transferência, Bretas atendeu ao pedido feito pelo procurador federal Sergio Pinel. Ele considerou que Cabral, durante o interrogatório da segunda-feira (23), comentou saber informações sobre a família do magistrado, que trabalharia no setor de bijuterias, o que comprovaria que ele tem acesso a informações privilegiadas dentro da cadeia.
"O que levou o Ministério Público Federal (MPF) a requerer a transferência de Sérgio Cabral foi uma afirmação no seu interrogatório de que teria obtido na prisão informações a respeito da vida da família do magistrado. Isto o MPF acha que é muito grave. A prisão não tem sido suficiente para afastar o réu de informações de fora da cadeia e levou a pedir sua transferência", explicou Pinel.
Conforme a Agência Brasil, Cabral está preso desde novembro do ano passado, após as investigações da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato que prendeu o ex-governador e várias pessoas ligadas à gestão dele. Em maio, ele foi transferido de Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, para a Cadeia Pública José Frederico Marques, no bairro de Benfica.