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    porto velho, terça-feira 16 de abril de 2024

Flávio Bolsonaro e aliados tentam barrar CPI do MEC no Senado em ano eleitoral

Aliados do presidente intensificam ofensiva para convencer senadores a retirar apoio à comissão que mira suspeitas de corrupção


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Publicada em: 28/06/2022 10:45:51 - Atualizado

O Palácio do Planalto pretende intensificar a partir desta terça-feira a ofensiva para barrar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar suspeitas de corrupção no Ministério da Educação. A articulação governista, que até então estava sendo tocada pelo novo líder do governo na Casa, Carlos Portinho (PL-RJ), deve ganhar o reforço do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), responsável por coordenar a campanha à reeleição do pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Portinho foi diagnosticado no fim de semana com Covid-19 e se manterá em isolamento até quinta-feira. Ele vinha apostando numa resistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a instalar uma CPI às vésperas da campanha eleitoral. O Planalto, porém, não quer depender de Pacheco, que é visto com desconfiança pelo entorno de Bolsonaro, e pretende intensificar as conversas para tentar convencer senadores a retirarem seu nome da lista de apoio. Ontem, o presidente do Senado disse que o pedido, quando apresentado, será analisado com “celeridade”.

Governistas avaliam que, embora haja 28 assinaturas para a abertura de uma CPI — uma a mais do que as 27 necessárias —, muitos senadores estão suscetíveis a desistir por causa da proximidade das eleições. O argumento de aliados do Planalto é que uma comissão em plena campanha poderá ficar esvaziada, com integrantes sendo acusados de usar o colegiado como palanque. Além disso, tentam convencer senadores a desistir alegando que já há investigação em curso da Polícia Federal e da própria Controladoria-Geral da União.

A base governista está focada em dois senadores que veem como mais propícios a retirarem seus nomes: Eduardo Braga (MDB-AM) e Alexandre Giordano (MDB-SP). Ambos já foram beneficiados pelo chamado orçamento secreto, instrumento usado pelo governo para conquistar apoio no Congresso. Segundo os documentos enviados ao STF por Pacheco, Giordano indicou ao menos R$ 30 milhões em emendas de relator. Braga, por sua vez, não detalhou valores no ofício no qual admite ter recebido.

Pressão sobre Pacheco

Procurados ontem, Giordano e Braga disseram, por meio de suas assessorias, que mantêm o apoio à CPI.


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