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    porto velho, sábado 12 de julho de 2025

Em delação, Marcos Valério cita suposta ligação de petistas com facção criminosa

Processo foi enviado ao STF e está nas mãos do ministro Nunes Marques


veja

Publicada em: 02/07/2022 12:38:22 - Atualizado

Reportagem publicada na sexta-feira (1º) pela revista “Veja” revela vídeos de parte da delação premiada em que o publicitário mineiro Marcos Valério fala sobre uma suposta relação de petistas com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A autenticidade do depoimento à Polícia Federal foi confirmada pelo site.

O caso em questão é o mesmo noticiado pelo jornal “O Estado de S.Paulo” em 2018. A delação premiada foi homologada pelo ministro aposentado do STF Celso de Mello.

O processo foi enviado nesta sexta pela Procuradoria-Geral da República ao STF (Supremo Tribunal Federal) e está sob responsabilidade do ministro Nunes Marques.

No depoimento, Valério afirmou que o ex-secretário-geral Sílvio Pereira lhe disse que o empresário Ronan Maria Pinto ameaçava revelar que o PT recebia dinheiro de empresas ônibus, de operadores de transporte clandestino e de bingos, que lavavam dinheiro para o PCC. O dinheiro financiaria campanhas do PT ilegalmente.

“Os bingos estariam lavando dinheiro do crime organizado e financiando campanha de candidatos a vereadores do PT e de deputados do PT em dinheiro vivo. E crime organizado leia-se PCC”, disse o publicitário no depoimento.

Na ocasião, segundo o relato, Ronan havia chantageado Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda não havia sido eleito presidente.

Valério disse que o petista Celso Daniel, que comandava a prefeitura de Santo André (SP) e foi assassinado em 2002, havia montado um dossiê com os nomes de petistas que estavam recebendo financiamentos ilegais.

O dossiê não teria sido encontrado depois da morte de Celso Daniel.

Ainda de acordo com ele, após o assassinato de Daniel, o PT fez uma “limpa” e afastou integrantes que tinham ligações com o crime organizado.

Valério foi condenado a 37 anos de prisão no processo do mensalão. De acordo com a Justiça, ele atuou como operador de pagamentos a parlamentares que teriam negociado apoio ao governo Lula no Congresso durante o primeiro mandato do ex-presidente.


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