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    porto velho, quinta-feira 26 de junho de 2025

Na posse, Lula chama 58.206.322 brasileiros de fascistas

A tentativa de Lula de reescrever a história e envergonhar a direita


Cláudio Magnavita*

Publicada em: 03/01/2023 09:39:27 - Atualizado

BRASIL: Os dois discursos da posse de Lula, no Congresso e no parlatório, tiveram pontos em comum, porém, um bem mais forte e perigoso: a tentativa de reescrever a história.

Uma fala que agrada os convertidos e antibolsonaristas, incluindo a mídia de oposição. A verdade é bem diferente da neo-pregação lulista. Por que 58.206.322 brasileiros preferiram Bolsonaro no segundo turno? A vitória do petista foi mirrada, por apenas 1,8% de diferença. Ela teria ocorrido sem as forças externas que foram recrutadas para derrotar o Bolsonarismo?

Metade do Brasil é fascista? Antidemocrática? Metade do Brasil abduziu o verde e amarelo? Cinquenta por cento dos eleitores optaram por um genocida?

Estão claros os objetivos dos dois discursos de Lula. As cartas foram colocadas à mesa. Ele prega a união e pacificação e, ao mesmo tempo, metralha os opositores de antidemocráticos e ditadores. Ele não está se referindo apenas ao candidato derrotado. A narrativa está clara: usar o relatório da transição, feito nas coxas, por um bando de neófitos em gestão pública e, na prática, por militantes, para criar uma desconstrução dos últimos quatro anos, como se o país estivesse à deriva e sem gestão.

Ao se escudar na fome e no fantástico número de 35 milhões de brasileiros que estariam na miséria, o messiânico Lula tenta envergonhar a direita. Estimula um conflito de classes ao falar em concentração de renda. O mesmo discurso usado em sua primeira posse, há 20 anos.

Sabem qual o grande motivo da rejeição do PT nas urnas? A corrupção que gerou o maior escândalo planetário. A forma que os recursos da Petrobras foram drenados, da relação incestuosa com as empreiteiras, do enriquecimento ilícito de vários petistas, das obras nos exterior e por uma lista que tenta ser varrida com o discurso entre democracia e ditadura.

Como dizer que quer pacificar o país quando o rótulo de genocida é usado sem pudor, até quando está com a faixa no peito. Não é possível ter paz quando há declaração explícita de guerra.

A vitória do PT – e de Lula - não foi a da democracia contra o autoritarismo. Foi a luta contra um grupo que promoveu o maior escândalo de corrupção do planeta, contra a honestidade.

A estratégia de envergonhar a direita está em curso e o vermelho que tomou conta da Esplanada dos Ministérios demonstra o que teremos pela frente: uma militância que ajudará a reescrever a história e apagar o lado negro do peti$mo. Não houve uma única frase sobre o combate à corrupção e o compromisso para que os malfeitos não se repitam. Cabe ao vitorioso contar e escrever a sua história, só que Lula foi eleito com 60.345.825 votos, representando 50,9% dos votantes, contra 58.206.322 de Bolsonaro, o equivalente a 49,1%. Não será chorando no parlatório, promovendo o conflito de classes e desconstruindo um governo que tem legado, que a história poderá ser reescrita.


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