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porto velho, terça-feira 24 de junho de 2025
Porto Velho, RO - O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL) faz parte de uma lista publicada pelo site The Intercep Brasil dos parlamentares que teriam “passado pano” para atos terroristas e culpam - sem prova nenhuma - supostos infiltrados pela baderna e destruição na sede dos três poderes da República, no domingo, 8.
De acordo com o Dicionário Informal da Língua Portuguesa, “passar pano vem da gíria acobertar, não falar a verdade, omitir, que não é gíria popular mais sim da gíria de malandro”. Tem ainda como significado “dar uma desculpa; se esquivar, sair fora, livrar a cara de alguém de alguma acusação, fato ou confusão”.
Segundo o site, o Coronel Chrisóstomo, reeleito, só fez um pronunciamento enfático contra o terrorismo após a reportagem do Intercept, que apontou os 46 deputados federais que apoiaram ou minimizaram os atos golpistas. Os nomes deles constam no levantamento.
O coronel postou um vídeo cerca de três horas depois que a reportagem foi publicada, dizendo que não apoia nem concorda com vandalismo. Até então, ele tinha apenas comparado os atos terroristas com manifestações da esquerda e dito: “a direita do Brasil sempre terá meu apoio total. Contem comigo”.
Bolsonarista, Chrisóstomo já chegou a cair em desgraça com o próprio Bolsonaro, que o humilhou publicamente.
Em outubro de 2020, no cercadinho do Palácio do Planalto, o então presidente afirmou que o parlamentar estaria apoiando o Movimento do Sem Terras e diz a pessoa, que alegava ser “primo de Chrisóstomo”, para “não espalhar por aí que é primo para não ficar feio”.
Chrisóstomo também protagonizou uma cena hilária quando buscava voto nas eleições de 2022. Seu “histórico de atleta” não o impediu de levar um tombo de bicicleta.
Agora, segundo o site Intercept, levantamento do portal de notícias “identificou 46 deputados federais eleitos em 2022 que defenderam, incentivaram ou ao menos tentaram justificar de alguma forma os ataques terroristas do último domingo. Dez deles apoiaram abertamente os golpistas, como se eles se manifestassem por causas legítimas; 24 procuraram disfarçar o apoio, minimizando os protestos, desviando o foco das acusações ou culpando ‘infiltrados de esquerda; e outros 12 foram contrários às prisões dos terroristas, chegando a alegar a ocorrência de violações – não comprovadas – de direitos humanos”.
Nesta semana, o deputado rondoniense anunciou que das 489 mulheres presas após os atos terroristas no dia 8 em Brasília, 14 são de Rondônia.
Inquérito vai correr em sigilo, com prazo de um ano para as investigações
O Ministério Público Federal no Distrito Federal abriu, na tarde desta terça (17), um inquérito para investigar autoridades públicas por suposta “omissão dolosa” na garantia da segurança dos prédios públicos federais durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. As investigações poderão abranger o governador afastado do DF, Ibaneis Rocha, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, além de militares.
Na portaria de instauração do inquérito civil, o procurador Carlos Henrique Martins Lima destacou que na investigação já em curso no Supremo Tribunal Federal sobre o caso, “estão descritas evidências de que autoridades públicas, inclusive militares, dolosamente deixaram de cumprir o seu papel de garantir segurança dos prédios públicos federais nos episódios criminosos do dia 08 de janeiro de 2023”.