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    porto velho, sábado 21 de junho de 2025

Procurador-geral da República, Augusto Aras diz que prisão de Bolsonaro não se discute

Chefe do MPF também comentou sobre crise Yanomami


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Publicada em: 15/02/2023 18:43:03 - Atualizado

O procurador-geral da República, Augusto Aras , afirmou que "não se discute" neste momento uma possível prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro , alvo de vários pedidos de investigação na Justiça.

"Neste momento, não se discute a prisão de Bolsonaro porque os autos dos inquéritos então existentes até 31 de dezembro foram, na sua grande maioria, enviados à primeira instância, onde o ex-presidente será julgado como um cidadão destituído de prerrogativa de foro", disse o chefe do Ministério Público Federal (MPF) em entrevista a duas agências europeias, incluindo a ANSA.

Segundo Aras, caberá aos juízes de primeira instância e aos ministérios públicos locais "examinar os fatos e as provas porventura reunidos nos autos para decidir se há espaço para prisão".

Sobre a insurreição bolsonarista de 8 de janeiro , o procurador-geral disse que não lhe cabe dar "opinião pessoal a favor ou contra quem quer que seja" e ressaltou que as investigações ainda estão em curso. "Isso demanda tempo", salientou. Os inquéritos miram quatro núcleos: executores, financiadores, instigadores e autoridades públicas suspeitas de conivência. Até o momento, o MPF já apresentou 835 denúncias contra envolvidos em atos antidemocráticos.

Crise Yanomami e Amazônia

Durante a entrevista, Aras também afirmou que a natureza "nômade" do povo Yanomami, que enfrenta uma grave crise humanitária, dificulta sua proteção pelo Estado brasileiro.

"A questão é extremamente complexa porque envolve indígenas brasileiros da etnia yanomami, venezuelanos da etnia yanomami e até de outros países que fazem fronteira com o Brasil. Estamos falando de uma etnia nômade. Já tivemos dois incidentes pela presença de autoridades brasileiras por equívoco em território venezuelano. Essa grande mobilidade dificulta a formação das condições necessárias para que possamos protegê-los adequadamente", ressaltou o chefe do MPF.


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