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    porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024

Saiba como o calor afeta o cérebro e impede que você aprenda coisas novas

Corpo não consegue assimilar informações, já que, uma vez ameaçado, sua prioridade passa a ser sobreviver


R7

Publicada em: 23/11/2023 10:18:36 - Atualizado

BRASIL: Com 2023 sendo o mais quente dos últimos 125 mil anos, causando recordes de temperatura, muitos estudantes podem ter sua capacidade de aprendizagem prejudicada ou até inviabilizada.

É o que alerta Livia Ciacci, neurocientista parceira do curso Supera. Ela explica que a hidratação e a manutenção da temperatura corporal são elementos fundamentais para que o corpo consiga assimilar novas informações, já que, uma vez ameaçado, sua prioridade passa a ser sobreviver e todas as outras funções são colocadas em segundo plano.

“Nosso corpo tem uma escala de importância: primeiro vêm as necessidades fisiológicas que o mantêm vivo. Para isso, os órgãos enviam informações sobre a quantidade de água disponível, o nível de hidratação, a glicose no sangue, a regulação da temperatura e a qualidade do sono”, afirma.

A primeira reação do aluno é eliminar o calor por meio do suor, que é um mecanismo natural, mas pode, em caso de excesso, causar desidratação e prejudicar o funcionamento do sistema cardiovascular. O efeito cascata começa quando a falta de água no corpo provoca a diminuição do volume sanguíneo, o que, por sua vez, afeta a pressão arterial.

O professor de biologia Paulo Jubilut, que tem mais de 3,4 milhões de inscritos em seu canal no YouTube, afirma que as altas temperaturas registradas em 2023, influenciadas pelo El Niño, ultrapassaram em 0,4ºC o mês de outubro mais quente da Terra, em 2019.

"Por mais que você possa pensar que esse valor não tem tanta relevância na nossa percepção de temperatura, isso não é verdade. Mesmo as pequenas variações podem ter impactos significativos no planeta por conta das interações presentes nos ecossistemas e no clima", afirma.

Jubilut lembra que o aumento da temperatura é capaz de acelerar o derretimento das geleiras, perturbar o equilíbrio dos ecossistemas e causar a extinção de espécies. Além disso, pode alterar os padrões do clima, favorecendo eventos climáticos extremos, como tempestades mais intensas, secas prolongadas e ondas de calor.




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