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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
PORTO VELHO RO - Pelo menos 100 crianças, pacientes internos e que ficam apenas em
observação, utilizam por dia a brinquedoteca do Hospital Infantil Cosme e
Damião (HICD), em Porto Velho, unidade de Saúde referência no
atendimento infantil de alta complexidade em Rondônia. Em média,
estima-se que o número de crianças atendidas pelo setor gire em torno de
três mil ao mês.
Os números são confirmados pelo setor de estatísticas da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). No total, quatro brinquedistas trabalham no setor. As atividades são acompanhadas por psicólogos, afirma Maria Dionísio da Silva, coordenadora da brinquedoteca do Cosme e Damião.
O psicólogo João Selhorst destaca a importância do ambiente harmônico na recuperação das crianças. De acordo com ele, as crianças têm o local como uma espécie de refúgio. Lá, elas brincas, ouvem estorinhas, trocam experiências com outras crianças, e esquecem dos traumas causados por estar em um hospital, em muitos casos, há meses. Isso revigora e amplia a resposta ao tratamento, relata o psicólogo.
Segundo o diretor ajunto do Cosme e Damião, Sérgio Pereira, a brinquedoteca deve sempre priorizar a recuperação rápida das crianças através de suas atividades e brincadeiras, contando com uma equipe multidisciplinar. A equipe realiza inúmeros trabalhos para dinamizar a recuperação das diversas patologias encontradas na saúde.
De acordo com a coordenadora da brinquedoteca, a criança gosta da atenção que ela recebe. “Nós fazemos um trabalho, que conta com uma equipe preparada e que está disposta a favorecer o desenvolvimento destes pequenos”, relata.
O. M, de apenas quatro anos, fica sempre muito animado quando é
avisado que terá médico no Cosme e Damião. Para a mãe do pequeno, a
administradora Maria Neves, a diversidade de brinquedos, torna a ida ao
médico sempre uma “aventura”, uma diversão, afirma.
A acadêmica do curso de direito, Ketlem Lima elogia o espaço. Ela acompanhou o filho em uma consulta e a criança ficou calma, sem receio de esperar pelo médico durante todo o tempo que ficou na brinquedoteca.
Sérgio Pereira elogia a realização de atividades lúdicas, como a nova brinquedoteca do Cosme e Damião. Para ele, a internação hospitalar é vista pela criança como desagradável. É uma experiência acompanhada de dor, ansiedade, medo, além de sensações de abandono e culpa. A brincadeira é a maneira mais autêntica pela qual a criança expressa e elabora suas vivências, ajudando, de forma natural, em sua recuperação.
Os momentos de brincadeiras agem como promotores de bem-estar físico, emocional e amenizador dos traumas gerados pela doença e do processo de hospitalização, assim como possibilita a continuidade do desenvolvimento da criança. As atividades oferecidas abrangem situações lúdicas como jogos, desenhos, fantoches, entre outros, avalia o diretor.