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porto velho, quarta-feira 14 de maio de 2025
O reforço da vacina contra a Covid-19 com meia dose do imunizante "pode ser uma salvação para o mundo", afirma a médica carioca Sue Ann Costa Clemens. Ela foi a responsável por trazer os testes clínicos da vacina de AstraZeneca/Oxford para o Brasil.
Sue é chefe do comitê científico da Fundação Bill e Melinda Gates, docente de Oxford, diretora do primeiro mestrado em vacinologia do mundo, na Universidade de Siena, e ganhadora do Prêmio Faz Diferença. A médica segue realizando estudos no Brasil, entre eles o que pode transformar a dose de reforço em meia dose.
"Há uma força tarefa para estudar meia dose de reforço. A terceira dose tem que oferecer proteção semelhante ou maior àquela que a pessoa teve após a segunda dose. Há vários estudos, da Pfizer, da Moderna e da Janssen, que mostram que, com meia dose ou um terço de dose, a população não vulnerável, entre 18 e 60 anos, tem um pico de imunogenicidade suficiente e maior que o da segunda dose", afirma.
"Apresentei essa ideia ao ministério porque estive numa reunião do Covax, com OMS e Opas, e discutimos sobre isso. Se conseguirmos mostrar que o 'booster' de meia [dose] tem um efeito excelente, a gente dobra nossa capacidade. Pode ser uma salvação para o mundo", continua.
Em entrevista ao Globo, a médica afirma que o reforço da vacinação pode servir não apenas para aumentar a quantidade de anticorpos no organismo, mas também para aumentar o tempo de proteção contra a Covid-19.