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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
Casos de varíola dos macacos foram registrados em pelo menos 27 países considerados não endêmicos para a doença até o momento. De acordo com o Ministério da Saúde, nenhum caso foi confirmado no país.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que alguns desses casos estão sendo identificados em pacientes gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens. Pessoas trans também podem estar mais vulneráveis no contexto do atual surto, segundo a OMS.
A doença causada por um vírus pode ser transmitida pelo contato com a pele durante o sexo, incluindo beijos, toques, sexo oral e com penetração com alguém que tenha sintomas. Como medidas de proteção, a OMS recomenda evitar contato próximo com qualquer pessoa que tenha sintomas.
Os sintomas da varíola dos macacos incluem erupção cutânea com bolhas no rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais, febre, linfonodos inchados, dores de cabeça e musculares e falta de energia.
As medidas de prevenção incluem a busca por atendimento médico diante dos sintomas, seguido de isolamento em casa. Deve-se evitar o contato com a pele, rosto e contato sexual com qualquer pessoa que tenha sintomas. As mãos, objetos e superfícies que são tocados regularmente devem ser higienizados. A OMS recomenda, ainda, o uso de máscara se estiver em contato próximo com alguém com sintomas.
“Com base nos relatos de casos até o momento, esse surto está sendo transmitido por meio de redes sociais conectadas principalmente por meio de atividade sexual, envolvendo principalmente homens que fazem sexo com homens. Muitos – mas não todos os casos – relatam parceiros sexuais casuais ou múltiplos, às vezes associados a grandes eventos ou festas”, disse Hans Henri P. Kluge, diretor regional da OMS para a Europa.
O diretor da OMS destacou que o vírus pode afetar qualquer pessoa, independente de orientação ou prática sexual. Em comunicado a OMS também afirmou “Estigmatizar as pessoas por causa de uma doença nunca é bom. Qualquer pessoa pode contrair ou transmitir a varíola dos macacos, independentemente de sua sexualidade”.
“Devemos lembrar, no entanto, como vimos em surtos anteriores, que a varíola dos macacos é causada por um vírus que pode infectar qualquer pessoa e não está intrinsecamente associado a nenhum grupo específico de pessoas. As comunidades gays e bissexuais têm alta conscientização e comportamento rápido de busca de saúde quando se trata de sua saúde sexual e de suas comunidades. De fato, devemos aplaudi-los por sua apresentação precoce aos serviços de saúde”, reforçou.
Segundo Kluge, a transmissão rápida e amplificada da varíola dos macacos também ocorre no contexto da recente flexibilização das restrições impostas como prevenção à Covid-19, como viagens e eventos internacionais.
“Ainda não sabemos se o vírus da varíola dos macacos também pode se espalhar de uma pessoa para outra através do sêmen ou fluidos vaginais, nem se o vírus pode persistir nesses fluidos corporais por longos períodos de tempo”, afirmou.
A varíola geralmente é autolimitada, mas pode ser grave em alguns indivíduos, como crianças, mulheres grávidas ou pessoas com imunossupressão devido a outras condições de saúde.
“Sabemos que a maioria das pessoas que pegam varíola terá uma doença leve e autolimitada, mas desagradável e potencialmente dolorosa, que pode durar várias semanas. Ainda não sabemos qual será o impacto na saúde dos indivíduos que podem ter resultados graves da varíola dos macacos, principalmente crianças pequenas, mulheres grávidas e pessoas imunocomprometidas”, diz Kluge.
A doença é causada por um vírus que pertence ao gênero ortopoxvírus da família Poxviridae. Existem dois grupos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).
O vírus da varíola dos macacos é transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. O período de incubação é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.
Várias espécies animais foram identificadas como suscetíveis ao vírus da varíola dos macacos, incluindo esquilos, ratos, arganazes, primatas não humanos e outras espécies. De acordo com a OMS, são necessários mais estudos para identificar os reservatórios exatos e como a circulação do vírus é mantida na natureza. A ingestão de carne e outros produtos de origem animal mal cozidas de animais infectados é um possível fator de risco.