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porto velho, quinta-feira 5 de dezembro de 2024
É uma sensação muito difícil de expressar o que vem acontecendo no Brasil de hoje. Imagino que essa seja, também, a opinião de parcela expressiva da população brasileira. A suposta tentativa de golpe e o possível atentando contra a vida de autoridades brasileiras precisam ser apurados e os culpados, se houver, devidamente responsabilizados na forma da lei, mas o país não pode parar. Assuntos importantes, que envolvem o desenvolvimento do Brasil e os interesses legítimos da população, precisam ser discutidos e executados.
Com a substancial renovação na composição do Congresso Nacional, muita gente acreditou, inclusive eu, que haveria, também, uma mudança nos costumes políticos do país. Em vez disso, o que se vê, com as devidas exceções, é a repetição de velhas e manjadas práticas políticas, evidenciando como a perversidade humana conseguiu transformar ética e política em duas categorias distintas, dissociadas e antagônicas.
Um país com tantas dificuldades como é o caso do Brasil não pode ficar perdendo tempo com questões ideológicas e disputas de egos. Precisamos avançar no atacado. E a classe política precisa se conscientizar dessa dura realidade. Estamos atolados em um mar de problemas crônicos. E parece que ninguém ainda se deu conta disso. O arcabouço fiscal não sai das pranchetas dos burocratas oficiais. O prometido corte de gastos virou piada de botequim de quinta categoria, enquanto a inflação avança célere sobre os salários dos trabalhadores como um câncer corroendo as estranhas de um paciente terminal. A cada ano bilhões de reais são drenados pelos dutos da corrupção. Pior do que a corrupção é saber que ela não é punida. Pelo contrário, é premiada. O Brasil não é um partido político. Precisamos colocar os interesses da Nação acima de ideologias e colorações partidárias.
Para alguns, o poder não passa de uma máquina de enriquecimento e mordomias. Cargos públicos geralmente são usados como trampolim para ascensão financeira, enquanto o país segue descendo a ladeira, como um caminhão desgovernando. Precisamos pensar grande. Precisamos pensar no Brasil. Pelo amor de Deus!