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porto velho, quarta-feira 12 de fevereiro de 2025
Imagino como não deve estar a cabeça do consumidor brasileiro depois de assistir a entrevista do presidente Lula a rádios da Bahia pedindo à população para não comprar produtos caros para forçar a queda de preços dos alimentos e, destarte, reduzir a inflação. O presidente disse, também, que o povo precisa ter disciplina alimentar. O problema é que, atualmente, é impossível escolher os produtos mais baratos, porque todos estão custando os olhos da cara.
Comer ou não comer, eis a questão! A orientação do presidente é a seguinte: se o consumidor entrar num supermercado e perceber que o preço do arroz está caro, não compre. Leve o mais barato, não importa a qualidade. A mesma coisa ele deve fazer com relação a outros produtos, como feijão, farinha, trigo, óleo, carne, enfim, não compre nada, só o que estiver mais barato, mesmo correndo o risco de arranjar uma tremenda confusão com a mulher quando chegar em casa.
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Alguns consideram uma estratégia arriscada para combater a inflação. Achei a ideia excelente. Isso porque, além de o brasileiro poder economizar uns trocados a mais no final do mês, ele não terá problemas com obesidade. Já imaginou que coisa formidável. Seja um consumidor disciplinado. Não ceda à tentação de levar para a sua casa alimentos caros. Não aceite ser explorado por ninguém. Aprenda a colocar os interesses do país acima de tudo, inclusive da sua própria sobrevivência.
O produto está caro, deixo-o na prateleira do supermercado. Retorne para casa. Relaxe, tome um pouco de água e assista uma programação na TV, mas, cuidado, não abuse porque a tarifa de energia está nas alturas. Enquanto isso, aguarde até o presidente Lula falar com os empresários para tentar convencê-los a reduzir os preços dos alimentos, quando, então, o consumidor deverá retornar ao supermercado para fazer suas compras. Isso, evidentemente, se ainda estiver vivo, é claro, pois, como se sabe, uma pessoa pode ficar sem comer, em média, por cerca de trinta dias.