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porto velho, sexta-feira 27 de junho de 2025
BRASIL -As últimas noites desta semana foram as mais violentas do ano em Palmas. De acordo com um levantamento do g1, com base nos dados oficiais, 63 pessoas foram assassinadas entre 1º de janeiro e 10 de maio de 2023. As famílias das vítimas protestam por justiça e pedem reforço na segurança.
Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmam a alta de violência e apontam aumento de 231% no índice de mortes se comparando ao mesmo período de 2022, quando tinham sido 19 mortes.
Entre as vítimas recentes está Victor Gabriel Alves Saraiva dos Santos, de 18 anos. Segundo a família, ele trabalhava como auxiliar num viveiro de eucalipto em um assentamento. A vítima foi brutalmente assassinada durante uma ida ao supermercado.
“Ele saía todo dia às 6h e chegava às 17h. Quando ele não estava no campinho, ele estava no quarto dele, não era menino de rua, de farra, de bebedeira. A gente quer um esclarecimento pela morte do Victor”, comenta a tia do jovem, Lilian Alves.
Outra vítima, de 23 anos, que não teve o nome divulgado, trabalhava com o pai, que atua na área de reciclagem e é motorista de caminhão. Os vizinhos estão apavorados.
“Era um menino muito humilde, muito carinhoso, brincalhão em nossa rua. Nós só queremos justiça, porque da forma como ele foi brutalmente assassinado não justifica”, descreve o vizinho Sebastião Souza.
Polícia Militar comenta violência em Palmas após registro de 10 homicídios em maio
Segundo a polícia, as investigações apontam que as mortes estão relacionadas a disputa de facções pelo tráfico de drogas na cidade. Os nomes das facções não foram divulgados plea polícia.
A sequência de mortes é semelhante a onda de homicídios de fevereiro deste ano. Em uma única noite, quatro pessoas foram mortas, entre elas, três moradores de rua. À época, as investigações da polícia apontaram disputa entre grupos ligados ao tráfico de drogas.
Segundo secretário de segurança, Waldemir Costa Mota, a polícia tem colocado esforços na investigação dos casos e 30% dos homicídios ocorridos desde janeiro foram solucionados e 27 pessoas foram presas. Os demais casos seguem em investigação.
Secretário de Segurança Pública fala sobre ações para redução no número de homicídios
"Estamos investindo mais na Denarc [Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos], reformulando a Denarc para poder atacar o tráfico de drogas. Além disso, a Deic [Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado] vai agir com mais rigor na questão das organizações criminosas", afirmou o secretário.
Além disso, a pasta informou que Polícia Civil recebeu reforço na delegacia de homicídios para apurar os casos. E disse ainda que houve reforço com PM nos locais das ocorrências.
Enquanto a violência não ameniza, a população relata o medo.
“Está muito inseguro. Aqui, oito horas da noite ninguém fica do lado de fora, todo mundo se tranca com medo de levar bala, de estar sentada na cadeira e chegar gente atirando. Tá difícil”, lamenta a dona de casa Ângela Maria.