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    porto velho, sábado 30 de novembro de 2024

Adolescente grava próprio estupro e expõe exploração sexual de menores no Amazonas

Segundo as investigações, Wolfgang Brog usava os rios para transportar as vítimas até uma pousada no meio da floresta, onde as adolescentes eram oferecidas


FANTASTICO

Publicada em: 22/05/2023 10:56:21 - Atualizado

BRASIL: Uma adolescente de 15 anos, vítima de violência sexual desde os 6, conseguiu dar fim ao ciclo de abusos ao gravar o próprio estupro e expor um esquema de exploração sexual ao denunciar o empresário alemão Wolfgang Brog, de 75 anos, no Amazonas. Ao Fantástico, ela contou quando começou a ser estuprada e pelo que passou ao longo dos anos.

"Eu tinha 6 anos quando ele começou a passar a mão em mim e me abusar. Ele passava a mão em mim quando eu estava dormindo. Ficava com medo", disse a vítima.

Com a mãe presa e o pai já falecido, ela morou com a tia paterna até os 5 anos. Mas quando a mãe solta, elas voltaram a viver juntas e foi, então, que o ciclo de abusos começou. De acordo com a polícia, a mãe, a tia e Wolfgang agiam juntos na exploração da menor.

Rede de exploração sexual

Com a denúncia, a jovem acabou revelando à polícia um esquema muito maior envolvendo prostituição de crianças e adolescentes.

A investigação apontou que o alemão usava os rios da região para transportar outras menores de idade até a pousada Cheiro de Mato, que fica em uma região de mata de Manaus, a cerca de 120 quilômetros da cidade, no meio da floresta amazônica.

As meninas eram oferecidas aos hóspedes. "Ele tinha uma embarcação privada, só para esse transporte", disse a delegada Joyce Coelho.

Na semana passada, a polícia localizou outra vítima de Wolfgang. Hoje com 31 anos, a mulher afirma que também foi estuprada quando tinha 12 anos. Segundo os investigadores, a irmã dela também foi estuprada aos 11 anos.

Fim do martírio

Wolfgang, apontam as investigações, era o principal abusador da menina de 15 anos que o denunciou. Ele chegou até a família ao se casar com a tia materna dela. Ao se aproximar da vítima, ele começou a apresentá-la como filha.

"Ela (a mãe) enxergou a possibilidade de ganhar dinheiro com a filha com a exploração sexual da adolescente" disse a delegada.

"Ele mandava vestir saia, salto alto e algema. Ele botava em mim. Às vezes ficava até dolorido na minha mão, ficava com marca da algema", relata a jovem, que está entre os quase 203 mil casos de violência sexual registrados contra crianças e adolescentes de 2015 a 2021.

A jovem também teve que colocar piercings no rosto a mando do estuprador.

O vídeo serviu como prova para o início das investigações da polícia e, no fim de março, com a ajuda de uma tia paterna, a menina denunciou os abusos.

A mãe chegou a ser presa, mas foi solta pela Justiça na audiência de custódia. Na última quinta-feira (18), ela voltou a ser presa.


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