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    porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024

Fiscal que postou foto com maço de dinheiro e deboche é alvo de operação da Draco

Segundo a Draco, inspetores são acusados de praticar extorsões contra centenas de motoristas de vans.


g1

Publicada em: 17/08/2023 11:00:10 - Atualizado

BRASIL: O inspetor-chefe dos Transportes de Niterói é alvo nesta quinta-feira (17) de uma operação da Polícia Civil do RJ contra um suposto esquema de propina envolvendo motoristas de vans que movimentava R$ 40 mil por mês. Mais de 100 condutores estão entre as vítimas.

Na casa de Wagner Pereira dos Santos, policiais encontraram R$ 100 mil guardados em um cofre, uma arma de air-soft, um distintivo não regulamentado — mas semelhante aos das polícias — e um colete. Segundo as investigações, esses acessórios eram usados para intimidar os motoristas.

A TV Globo apurou que Wagner se gabava em grupos nas redes sociais. A polícia encontrou nas investigações uma foto em que o inspetor-chefe faz uma careta com um maço de dinheiro.

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) cumpriu 8 mandados de busca e apreensão contra Wagner e outros investigados, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Niterói. Não houve prisões.

No meio da manhã, a Prefeitura de Niterói disse que Wagner foi afastado.

Como é o esquema

As investigações começaram com uma denúncia anônima sobre a cobrança de propina para que vans pudessem estacionar no entorno do Terminal Rodoviário João Goulart, no Centro, sem o risco de serem multadas.

Ao longo da apuração, os próprios servidores expuseram o esquema e dizem que os inspetores normalmente extorquiam dos motoristas às sextas-feiras.

Os funcionários ainda afirmaram que Wagner assediava mulheres dentro da repartição.

“Estamos falando de forma ampla [de crime]. Ele optou por esse caminho, e a polícia e Judiciário os punirão de acordo com a lei. Ouvimos funcionários da prefeitura que corroboraram com as informações da extorsão”, destacou o delegado André Neves.

Ainda de acordo com as investigações, os pagamentos variavam entre R$ 30 e R$ 100 por semana e por motorista.

“A orientação para as vítimas desses agentes é procurar a Draco, que o caso está sob sigilo. Isso vai ajudar a identificar outros atores desse esquema criminoso”.


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