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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
BRASIL: O esquema do coach apontado como chefe de uma organização criminosa investigada por receitar medicamentos com prescrição médica falsa e fórmulas adulteradas em Santa Catarina contava com a participação de profissionais da saúde a contrabandistas, segundo o delegado Neto Gattaz.
Até o momento, 13 pessoas foram presas preventivamente, incluindo familiares, amigos e "seguidores" do coach. No total, há mais de 40 investigados no caso.
O suspeito, que já havia sido condenado por atuar como nutricionista sem ter formação na área em 2019, sofisticou o esquema criminoso por o passar dos anos, conforme a investigação.
Para não levantar suspeitas, começou a fazer parcerias com nutricionistas, médicos e biomédicos para as prescrições indevidas de anabolizantes, emagrecedores e fitoterápicos. Eles também aplicavam injetáveis dentro da própria clínica.
O investigador define o caso como “complexo”, que envolve criminosos que atuam em diversas funções para dar funcionamento no esquema, incluindo pessoas que agem fora do Estado e país.
"Cada um deles desempenha o seu papel dentro disso. Tem as pessoas que fazem o atendimento final ao paciente, tem aqueles que precisam cooptar os pacientes, tem os que produzem o medicamento e os que trazem o medicamento que não é vendido no Brasil, de maneira ilícita", afirma Gattaz.
A polícia trabalha para identificar e, posteriormente, prender os possíveis fornecedores desses remédios ilegais, que têm venda proibida no Brasil.
O suspeito Felipe Francisco, 39 anos, é proprietário da F Coaching, clínica estética de luxo com filiais em Joinville, no Norte catarinense, e Balneário Camboriú, no Litoral. As unidades estão fechadas temporariamente e o empresário está preso desde o dia 15 de agosto.
A reportagem procurou a defesa do suspeito, mas não teve retorno até a última atualização do texto. Anteriormente, o advogado Sérgio Andrade informou que iria se manifestar somente após se inteirar das denúncias contra seu cliente.
Mais de 50 substâncias diferentes foram apreendidas nas clínicas do coach e demais unidades de saúde investigadas.
O investigador aponta que o coach criou um sistema que chamava de “protocolos”, em que ele mesmo criava e misturava substâncias e colocava o preço que queria. As consultas não tinham um valor fixo e o preço era definido conforme o perfil e poder aquisitivo do paciente.