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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
BRASIL: “Não faz isso comigo”, gritou Elaine Vieira de Jesus Dias de Oliveira, 35 anos, para o seu namorado antes de morrer. A informação é das testemunhas do caso e consta no relatório final da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). No documento, os investigadores solicitam a manutenção da prisão de Marcus Renato de Sousa da Silveira, namorado da vítima, pelo crime de feminicídio.
O homem ainda tentou simular que a morte foi causada por um simples engasgo. Atendendo recomendação da PCDF, o Tribunal do Júri de Samambaia converteu a prisão de Marcus em preventiva. O homem já estava preso temporariamente desde julho. O crime ocorreu no dia 23 de março de 2023.
Inicialmente, a morte de Elaine era tratada como morte acidental por engasgo, após um pedaço de carne ficar preso na garganta e deixá-la sem ar. No entanto, depois da liberação dos laudos periciais, a PCDF mudou a linha de investigação para feminicídio.
Com o depoimento de testemunhas e outros exames, a PCDF enxergou no inquérito final novos elementos para reforçar o crime de feminicídio, indicando que Elaine foi esganada. Segundo os investigadores, as testemunhas relataram que havia um intenso conflito entre Elaine e Marcus Renato na madrugada em que ela sofreu a parada cardiorrespiratória.
Além disso, as versões do suspeito apresentaram contradições relevantes. Em um primeiro momento, ele disse ter brigado com Elaine por achar que ela havia o traído, enquanto em sua segunda narrativa mencionou ter tido uma conversa bem amistosa com ela. Uma vizinha ouvida pela polícia, relatou que foi uma “baixaria só” naquela madrugada, ainda acrescentando ter escutado muitos gritos de uma voz fina.
O relato dos profissionais de saúde que socorreram Elaine também foi essencial. Eles relataram que o cenário dentro da residência era bastante esquisito e que Marcus Renato aparentava estar drogado. O único pedaço de carne visto pela equipe foi um pedaço enorme de bife que, segundo eles, seria impossível de ser engolido por qualquer pessoa.
Anteriormente, os exames periciais apontaram a presença de hematomas no joelho, no cotovelo e no pescoço de Elaine. Além disso, ela não teria se alimentado antes de morrer, e a necropsia não encontrou elementos comumente observados no organismo em casos de morte por engasgo. Os fatos reforçaram a possibilidade de morte por estrangulamento.