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porto velho, domingo 22 de setembro de 2024
BRASIL: O jovem Thiago de Brito de Almeida, de 19 anos, vivia o grande sonho de se tornar militar do Exército. Ele havia se alistado no quartel de Cáceres, cidade do oeste de Mato Grosso, na fronteira com a Bolívia, e completava o primeiro ano na função, quando teve o destino destruído pela guerra entre facções criminosas na região.
O rapaz foi morto a tiros na noite de 22 de janeiro de 2022, a mando do mesmo líder do Comando Vermelho (CV) suspeito, agora, de decretar a morte da candidata a vereadora Rayane Alves Porto, de 25 anos, e da irmã dela, Rithiele Alves Porto, 28. As duas foram torturadas e assassinadas no sábado (14/9), em Porto Esperidião (MT), cidade que fica a 1h30 de Cáceres.
O mandante nos dois casos teria sido Norivaldo Cebalho Teixeira, conhecido como “Véio”, “Tuta” ou “Mercúrio”. Ele é apontado como o líder do CV na região oeste de Mato Grosso e está preso, desde 2022, na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, em decorrência da morte de Thiago. De dentro do presídio, no entanto, ele segue dando ordens e em comunicação com os faccionados.
Na noite do assassinato, o soldado Thiago jogava basquete com amigos na praça do bairro Cohab Nova, em Cáceres, quando um Chevrolet Classic preto se aproximou bruscamente e parou próximo ao grupo de jovens. “Vocês são de que lado? De que lado são vocês?”, gritou um dos integrantes do CV de dentro do veículo.
A intenção era descobrir se eles eram do Primeiro Comando da Capital (PCC) ou se estavam “fechados com o CV”, já que o bairro, à época, era uma das áreas de disputa entre as duas facções. Assustado com a abordagem, Thiago disse que não era de lado nenhum e que era militar.