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porto velho, sexta-feira 22 de novembro de 2024
BRASIL: Uma linhagem do coronavírus (Sars-CoV-2), chamada de XEC, que vem se espalhando pelo mundo, foi detectada no Brasil, nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. O primeiro achado foi realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em amostras referentes a dois pacientes residentes na capital fluminense, diagnosticados com covid-19 em setembro.
Estudos mostram que a XEC, que deriva da variante da Omicron, emergiu da recombinação genética entre cepas que já estavam em circulação. Esse evento acontece quando uma pessoa é simultaneamente infectada por duas linhagens diferentes de vírus.
Nesse caso, pode haver combinação dos genomas dos dois agentes infecciosos durante a replicação viral. O genoma da XEC, que contém segmentos dos genomas das linhagens KS.1.1 e KP.3.3, tem ainda mutações extras que podem facilitar sua propagação, conforme relatado pela Fiocruz.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a XEC como variante sob monitoramento, em 24 de setembro, devido a mutações no seu genoma que podem impactar o comportamento do vírus e também por observarem os sinais iniciais de "vantagem de crescimento" em comparação com outras variantes em circulação, explica a Fiocruz.
A atenção para a XEC aumentou entre junho e julho de 2024, após crescimento de casos identificados na Alemanha. A linhagem rapidamente se disseminou pela Europa, Américas, Ásia e Oceania, com ao menos 35 países reportando infecções. Até o dia 10 de outubro, mais de 2,4 mil sequências genéticas da XEC foram registradas na plataforma Gisaid.
Segundo a virologista Paola Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC, dados do exterior indicam que a XEC pode ser mais transmissível do que outras linhagens, mas será necessário avaliar o seu comportamento no Brasil.