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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
Sem conseguir sanar por completo a falha que barrou a inscrição de estudantes do Fies (Financiamento Estudantil) do segundo semestre, o MEC ampliou o prazo para o grupo afetado pelo problema.
Agora, os estudantes têm até o dia 17 deste mês para garantir uma vaga na universidade pelo programa federal. O prazo vencia nesta sexta-feira (10).
O erro nos sistemas do ministério atingiu uma leva de beneficiados pelo Fies que tiveram as inscrições postergadas do primeiro para o segundo semestre deste ano.
Para não perder o financiamento, os estudantes precisam atualizar os cadastros na página do Fies na internet, fase em que eles não conseguiram concluir no prazo estipulado pela pasta da educação do governo federal devido ao erro.
Assim que a fase cadastral é concluída, os dados do estudante seguem para análise na universidade na qual ele vai estudar. Se tudo estiver certo, o último passo é ir ao banco e contratar o crédito do Fies.
Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que uma varredura feita pelo ministério identificou 679 estudantes impedidos de entrar no sistema do programa até a última quarta (8). Nesta sexta, ainda havia 92 pessoas nesta situação.
O MEC só reconheceu a falha após ser procurado pela Folha, que precisou enviar o nome completo e o CPF de uma das estudantes afetadas pelo problema. Ao todo, a reportagem teve acesso a um grupo de 29 pessoas barradas no sistema do Fies.
Até esta sexta, 12 delas continuavam com os cadastros bloqueados, 14 conseguiram complementar a inscrição e outras três cancelaram participação no processo regular para tentar uma vaga no remanescente, segundo o MEC.
Mariana de Araújo, 20, é uma das alunas prejudicadas pelo erro. A estudante diz que entrou com um mandado de segurança na Justiça para não perder a vaga em medicina na Cesmac (Centro Universitário de Maceió). "Esse novo prazo de inscrição dá um alívio, mas eu vou continuar com o meu mandado de segurança ativo até a minha situação ser resolvida", disse.Mariana conseguiu a vaga em medicina na instituição alagoana com pontuação obtida no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em abril deste ano, dois meses depois do início das aulas. Para não ser prejudicada pelo excesso de faltas, a faculdade resolveu prorrogar a entrada dela apenas para o segundo semestre.
A estudante obteve 100% do teto de financiamento para seu curso pelo Fies porque todos os membros de sua família não ganham mais do que 1,5 salário. Sem o Fies, diz Mariana, seria impossível pagar os cerca de R$ 7.000 de mensalidade. Ela também ficou isenta de pagar juros.
OUTRO LADO
O MEC informou à reportagem da Folha por meio de nota que vai trabalhar junto às instituições de ensino superior parceiras para corrigir todos os erros que ainda impedem os estudantes de complementar os dados no Fies.
O ministério lembrou que o estudante barrado agora no Fies também pode ter tido a inscrição validada apenas para o primeiro semestre de 2019.
A orientação é procurar a universidade e verificar o status da vaga. "As faculdades são donas da vaga e têm autonomia para prorrogar seu preenchimento por até dois semestres seguintes", afirma.
"O MEC coloca à disposição o 0800-616161 para que os estudantes entrem em contato e tirem dúvidas sobre o processo ou registrem alguma dificuldade", finaliza
NOVO FIES
O Fies mudou de cara neste ano e passou a financiar valores mais altos. O teto de financiamento saiu de R$ 30 mil para R$ 42.983 por semestre.
O programa também passou a custear pelo menos 50% das mensalidades dos alunos que firmarem contrato em universidades de todo o país. Com os novos limites, cursos com mensalidades de R$ 7.000, como os de medicina, passaram a ser financiados em até 100%.
Outro passo dado foi a garantia de um financiamento mínimo por estudante, que passou a ser o de 50% do valor da semestralidade. Os percentuais são definidos de acordo com a renda familiar do estudante e o custo mensal pago à instituição de ensino superior.
Dados do MEC mostram que já houve casos em que o universitário teve 8% do valor mensal aprovado pelo Fies, o que muitas vezes inviabilizava o pagamento do restante da mensalidade e incentivava e evasão dos cursos. Das 310 mil vagas anunciadas para 2018, com orçamento previsto de R$ 19,3 bilhões, 155 mil contratos estão disponíveis para o segundo semestre.