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porto velho, terça-feira 29 de julho de 2025
BRASIL: Militares "kids pretos" acusados de participar de uma tentativa de golpe de Estado entraram fardados na audiência de hoje no STF (Supremo Tribunal Federal), onde serão interrogados, e foram obrigados a trocar de roupa pelo ministro Alexandre de Moraes.
O que aconteceu
As defesas reclamaram de não terem sido avisadas antes. Ainda criticaram o fato de que seus clientes tiveram que sair da sala de audiência para pegar uma roupa emprestada. Alguns deixaram a câmera ligada, mostrando um espaço vazio.
A ordem de Moraes foi anunciada no começo da audiência. A sessão é realizada por videoconferência. Ao menos dois dos réus entraram fardados. O ministro determinou a retirada da farda, dizendo que estão sendo julgadas pessoas, e não a instituição do Exército brasileiro.
O STF ouve hoje os réus do núcleo 3 da trama golpista, formado por nove militares e um agente da PF. Eles são acusados de adotar medidas para colocar em prática o plano golpista para manter Bolsonaro no poder.
Defesa de Rafael Martins de Oliveira disse que ele é da ativa e está detido em instituição militar. Ele está preso desde 2024 e é um dos acusados de articular o plano "Copa 2022", para sequestrar ou assassinar Moraes. Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), ele monitorou o local onde o ministro mora em Brasília e participou da operação com outros militares.
Para advogados, era esperado que Oliveira, que é tenente-coronel, estivesse fardado. Advogados pediram que ele fosse autorizado a seguir fardado por estar detido em instituição militar, o que foi rejeitado. A defesa reclamou ainda do fato de o interrogatório de outro réu ter começado sem ter dado tempo de ele trocar de roupa. "Ou ele pega a roupa emprestada com alguém, ou ele não consegue participar da audiência", afirmou o advogado.
Juíz auxiliar de Moraes seguiu com a audiência mesmo após as reclamações. Rafael Henrique está conduzindo a audiência desta manhã e foi o responsável por retransmitir a ordem de Moraes para militares retirarem a farda.
Outra reclamação. A defesa do tenente-coronel Hélio Ferreira Lima disse que a situação de seu cliente era igual à de Oliveira. Ele também é acusado de participar do grupo que preparou e tentou executar o plano "Copa 2022". Está preso desde novembro de 2022.