Fundado em 11/10/2001
porto velho, terça-feira 2 de setembro de 2025
BRASIL: O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo da trama golpista começa nesta terça-feira (2/9), no Supremo Tribunal Federal (STF), em meio à intensificação das articulações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pelo projeto da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Segundo aliados de Tarcísio, embora o governador esteja atuando para ajudar a viabilizar a proposta dentro do Congresso Nacional, a tendência é que o afilhado político de Bolsonaro evite se expor de modo a ter que fazer comentários sobre a atuação dos ministros do Supremo durante as sessões de julgamento.
Nesta terça, enquanto o STF começa o julgamento do chamado “núcleo crucial” das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado por Bolsonaro e outros sete aliados, o governador foi a Brasília para buscar diálogo com parlamentares sobre a PEC da Anistia.
A expectativa é que ele se encontre com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que é de seu partido e tem sido pressionado por bolsonaristas a pautar o projeto de lei. Os dois já conversaram sobre o tema por telefone nessa segunda-feira (1º/9) — Motta tem dito que não há clima para aprovar anistia ampla e irrestrita.
Na agenda oficial de Tarcísio, consta apenas uma reunião com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Sandoval Feitosa, no período da tarde.
As agendas mais importantes de Tarcísio ao longo da semana serão os leilões da concessão do túnel Santos-Guarujá e do lote Paranapanema de rodovias. Ambos os certames ocorrerão na próxima sexta-feira (5/9). No domingo (7/9), deverá participar do ato bolsonarista na avenida Paulista.
Caso seja questionado sobre o julgamento no STF, o governador deve manter a linha adotada nas declarações feitas na última sexta-feira (29/8), quando reafirmou que acredita na inocência de Bolsonaro e disse que “muita coisa” no processo “não faz o menor sentido”. Tarcísio pontuou ainda que tem conversado com lideranças para viabilizar a tramitação da anistia.
“A gente acredita muito nesse projeto como um fator de pacificação. Eu acho que dá para se construir um ambiente para aprovar isso”, disse. No mesmo dia, Tarcísio afirmou em entrevista a um veículo do ABC paulista, onde cumpria agenda, que caso seja eleito presidente da República daria um indulto a Bolsonaro como “primeiro ato” de seu governo.
Na segunda-feira (1º/9), véspera do julgamento, o governador de São Paulo se reuniu com o presidente nacional do seu partido, Marcos Pereira, para falar sobre a tramitação do projeto de anistia, que tem enfrentado entraves para avançar no Congresso.
“Café da manhã com o nosso governador Tarcísio de Freitas. No cardápio do dia: anistia”, escreveu o presidente do Republicanos.
O projeto de lei prevê a anistia para os envolvidos nos atos do 8 de Janeiro, e a expectativa de bolsonaristas é que ele também sirva para ajudar o ex-presidente, que é réu por tentativa de golpe de Estado no STF.