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porto velho, quinta-feira 20 de novembro de 2025

BRASIL: A Câmara dos Deputados aprovou, nessa terça-feira (18/11), o chamado PL Antifacção, por 370 votos a 110 e 3 abstenções. O resultado é uma derrota política para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao passo que expõe falhas de articulação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O relator, Guilherme Derrite (PP-SP), apresentou seis versões do parecer, em meio a críticas do centro, da direita, da base governista e da própria oposição. No fim, o secretário de Segurança Pública de São Paulo conseguiu pacificar o texto com os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, além de líderes do Centrão.
Com os governistas, porém, não teve a mesma sorte. A base tentou adiar a análise duas vezes e ainda propôs retomar o texto original enviado pelo Executivo, todas as tentativas foram rejeitadas pelo plenário.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que a escolha de Derrite para relatar o projeto gerou uma “crise de confiança” entre o governo e o presidente da Casa, Hugo Motta.
Pouco antes da votação do PL Antifacção, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, chamou o substitutivo de “lambança legislativa”. A reunião que ela tinha marcada durante a manhã dessa terça com Derrite, Motta o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, foi cancelada. Segundo ela, não aconteceu porque o relator se negou a conversar com o governo.
“Eu já tinha deixado claro ao presidente Hugo Motta, de maneira muito franca, o que nós achamos desse processo. Obviamente, trata-se de um projeto que nós consideramos muito importante, mas isso não rompe o diálogo com a Câmara dos Deputados. Mas nós não poderíamos não deixar clara a nossa posição e a nossa insatisfação com a forma como foi conduzido”, disse.