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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
A Polícia Federal (PF) investiga a possibilidade do PCC (Primeiro Comando da Capital) estar envolvido no atentado contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que ocorreu há pouco mais um mês em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.
Pessoas próximas às investigações contaram ao 'O Tempo' que Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada, tem relação de amizade com integrantes da maior facção criminosa do país, além da ligação das atividades dos advogados que atendem o réu com o PCC.De acordo com o site mineiro, o delegado Rodrigo Morais, que comanda as investigações, suspeita que Klayton Ramos de Souza, membro do PCC conhecido como "Veim", seja amigo de Adélio. A dupla teria se conhecido em Montes Claros, onde ambos nasceram e foram criados, e ainda manteriam contato pelas redes sociais. "Veim" tem passagens na polícia por homicídio e já cumpriu pena no Presídio Regional de Montes Claros.
Três presídios mineiros abrigam membros da facção: Nelson Hungria, em Contagem, o Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, e o de Montes Claros. Atualmente, Souza vive em Campinas, no interior de São Paulo, um dos centros de comando da facção.
Em um inquérito anterior, a PF havia concluído que Adélio agiu sozinho no momento do atentado. Depois, uma nova investigação foi aberta para verificar se alguma organização está ligada ao atentado.
Um dos motivos para abertura de novo inquérito foi o fato do advogado Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa ter chegado à delegacia antes de Adélio, após ele ser preso em flagrante. A princípio, o agressor se negou a ser atendido por ele. De acordo com o site, Possa chegou a tentar convencer Adélio de que havia sido enviado pela mãe dele, mas Adélio riu e disse que a mãe faleceu em 2012. Testemunhas afirmam que depois disso os dois se reuniram em privado e Adélio aceitou que Possa atuasse como seu defensor.
“É uma banca de advogados muito cara e que tem feito uma defesa exemplar de Adélio. Até psiquiatra eles estão bancando”, contou um interlocutor ligado ao caso sobre o grupo de quatro advogados que defende Adélio.
Além de Possa, participam da defesa: Zanone Manuel de Oliveira Júnior, Marcelo Manoel da Costa e Fernando Costa Oliveira Magalhães. Nos últimos três anos, Magalhães defendeu pelo menos três membros do PCC condenados em Minas: Anderson Francisco Ferreira Pereira, André Luiz Pereira, conhecido como “Dezinho”, e José Geraldo Soares dos Santos Júnior, o “Vá”.
O principal defensor de Adélio é Zanone Manuel de Oliveira Júnior, conhecido por atuar em casos de repercussão. Ele defendeu Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", amigo do goleiro Bruno condenado por matar Eliza Samudio, por exemplo.
Magalhães afirma que as suspeitas são absurdas. “Os três clientes citados nem sequer sabem da existência um do outro. Nenhum deles conhece o Adélio, além de negarem ser integrantes de qualquer facção”, disse.
Ele ainda negou ser advogado do PCC e afirmou que “eventualmente” pega “clientes ditos de facção”.