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Relator pede indiciamento de Dilma, Lula e outras 62 pessoas pela CPI do BNDES

Todos são indiciados por crimes de corrupção passiva e formação de quadrilha. Esquema pode ter gerado prejuízo de mais de R$ 40 bilhões


Correio Braziliense

Publicada em: 09/10/2019 08:15:10 - Atualizado

BRASIL - O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), sugeriu uma lista de 64 pessoas que precisam ser indiciadas pela Justiça. Entre elas, os ex-presidentes Dilma Rousseff Luiz Inácio Lula da Silva, por crimes de corrupção passiva e formação de quadrilha.
O deputado apresentou o relatório de 395 páginas, nessa terça-feira (8/10), à comissão. A sessão foi interrompida após o presidente da mesa, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), acatar um pedido de vista coletivo e marcar uma nova sessão para a votação do parecer na próxima terça-feira.
No documento, Cortês também sugeriu o indiciamento dos ex-ministros petistas Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior e Paulo Bernardo (Planejamento), Fernando Pimentel e Miguel Jorge (Mdic), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), Erenice Guerra (Casa Civil) e Celso Amorim (MRE e Defesa). O ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e os empresários Wesley e Joesley Batista, Marcelo e Emílio Odebrecht, e Natalino, Silmar e Reinaldo Bertin, também receberam sugestões de indiciamento do relator.
Investigação
A comissão investigou apenas os empréstimos concedidos pelo BNDES entre os anos de 2003 e 2015 relacionados à internacionalização de empresas brasileiras. “Acho que a CPI fez o seu papel. A caixa-preta do BNDES foi aberta. Em apenas um contrato que ocorreu em torno de 2009, identificamos o contrato de gaveta da compra do frigorífico Bertin pela JBS, houve um sobrepreço de R$ 9 bilhões, valor que, se fosse restituído hoje, em valores atualizados e com multas e juros, chegaria a R$ 25 bilhões”, explicou Cortês.
De acordo com a primeira vice-presidente da CPI do BNDES, a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF), o relatório com os indícios de irregularidades encontrados pela comissão serão encaminhados para Ministério Público (MP), Tribunal de Contas da União (TCU) e Presidência da República. “Nós só podemos indiciar. O MP terá que abrir uma investigação a respeito de todas as suspeitas”, explicou. “O escopo da CPI são contratos internacionais. Essa é uma pequena fatia do bolo BNDES, que pode ter gerado prejuízo  mais de R$ 40 bilhões”, disse.
Procurada, a assessoria do BNDES não retornou até o fechamento desta edição.


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