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Deflação é de 0,04% em setembro, menor resultado em 21 anos

Este é o menor resultado para um mês de setembro desde 1998, quando o IPCA ficou em -0,22%


Agência IBGE

Publicada em: 09/10/2019 10:34:15 - Atualizado

BRASIL- Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro variou -0,04%, enquanto a taxa registrada em agosto foi de 0,11%. Este é o menor resultado para um mês de setembro desde 1998, quando o IPCA ficou em -0,22%. No acumulado do ano, o índice registrou 2,49% e, na ótica dos últimos 12 meses, ficou em 2,89%, abaixo dos 3,43% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2018, a taxa foi de 0,48%.

PeríodoTAXA
Setembro de 2019-0,04%
Agosto de 20190,11%
Setembro de 20180,48%
No ano 20192,49%
Acumulado nos 12 meses2,89%

Três dos nove grupos pesquisados apresentaram deflação de agosto para setembro, com destaque para Alimentação e bebidas (-0,43%), grupo responsável pela maior contribuição negativa no IPCA de setembro, com -0,11 ponto percentual (p.p.). A maior queda veio de Artigos de residência (-0,76%), que contribuiu com -0,03 p.p. no índice do mês. No lado das altas, o destaque ficou com Saúde e cuidados pessoais, maior variação (0,58%) e maior impacto positivo (0,07 p.p.) no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,01% em Comunicação e a alta de 0,27% em Vestuário.

IPCA - Variação e Impacto por grupos - mensal
GrupoVariação (%)Impacto (p.p.)
AgostoSetembroAgostoSetembro
Índice Geral0,11-0,040,11-0,04
Alimentação e Bebidas-0,35-0,43-0,09-0,11
Habitação1,190,020,190,00
Artigos de Residência0,56-0,760,02-0,03
Vestuário0,230,270,010,02
Transportes-0,390,00-0,070,00
Saúde e Cuidados Pessoais-0,030,580,000,07
Despesas Pessoais0,310,040,040,01
Educação0,160,040,010,00
Comunicação0,09-0,010,000,00
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

O grupo Alimentação e bebidas (-0,43%) apresentou queda mais intensa na comparação com o mês anterior (-0,35%), especialmente por conta da alimentação fora de casa, cuja alta passou de 0,53% em agosto para 0,04% em setembro. A refeição registrou queda de preços (-0,06%), e o lanche apresentou alta de 0,17%, frente à variação de 0,47% observada no mês anterior.

Já a alimentação no domicílio (-0,70%) caiu pelo quinto mês consecutivo, embora esta tenha sido menos intensa que a registrada em agosto (-0,84%). Os destaques foram o tomate (-16,17%), maior impacto individual negativo no índice do mês (-0,04 p.p.), a batata-inglesa (-8,42%), a cebola (-9,89%) e as frutas (-1,79%). No lado das altas, o leite longa vida (1,58%) e as carnes (0,25%) apresentaram variações positivas após as deflações verificadas em agosto (de -0,33% e -0,75%, respectivamente).

Em Artigos de residência (-0,76%), as quedas nos preços dos eletrodomésticos e equipamentos (-2,26%) e dos itens de Tv, som e informática (-0,90%) contribuíram para a variação negativa observada no mês.

No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,58%), o destaque ficou com os itens de higiene pessoal, com 1,65% de variação e 0,04 p.p. de contribuição, maior impacto positivo no IPCA de setembro. Além disso, a aceleração do subitem plano de saúde (de 0,03% em agosto para 0,57% em setembro) deve-se à apropriação integral da fração mensal do reajuste de 7,35% autorizado, em 23 de julho, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a ser aplicado nos planos individuais novos – aqueles com contratos vigentes a partir de 1999.

Após o resultado de 1,19% em agosto, o grupo Habitação teve ligeira alta de 0,02% em setembro. A energia elétrica (0,00%) ficou estável na comparação com o mês anterior, principalmente em virtude da manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,00 para cada 100 quilowatts-hora consumidos na conta de luz. Em Belém (0,72%), houve reajuste de 1,94% no valor das tarifas, vigente desde 7 de agosto. Nessa mesma data, entrou em vigor a redução de 6,48% nas tarifas residenciais em Vitória (0,10%), onde a variação positiva se deveu ao aumento da alíquota de PIS/COFINS. Em São Luís (-6,97%), houve redução nas tarifas da ordem de 3,94%, a partir do dia 28 de agosto.

Ainda em Habitação, destaca-se o resultado do item gás de botijão (-0,17%), após o reajuste de 3,16% anunciado pela Petrobras no preço do botijão de gás de 13 kg, nas refinarias, a partir de 9 de setembro. Já o resultado da taxa de água e esgoto (0,09%) é consequência dos reajustes de 8,73% e 4,93% em Belo Horizonte (0,56%) e Vitória (0,32%), respectivamente, ambos vigentes desde 1º de agosto.

O grupo dos Transportes (0,00%) ficou estável na passagem de agosto para setembro. Os preços dos combustíveis (0,12%) subiram, puxados pelas altas do etanol (0,46%) e do óleo diesel (2,56%). Já a gasolina (-0,04%) mostrou ligeira queda, menos intensa que a do mês anterior (-0,45%), com as áreas variando entre a deflação de 1,66% em Porto Alegre e a alta de 2,80% em Goiânia. Ainda no lado das quedas, destaca-se a redução nos preços das passagens aéreas (-1,54%), com impacto de -0,01 p.p. no índice do mês.

Quanto aos índices regionais, a maior variação ficou com o município de Goiânia (0,41%), principalmente por conta da alta no preço da gasolina (2,80%). Já o menor índice ocorreu em São Luís (-0,22%), em função da queda de energia elétrica (-6,97%). No dia 28 de agosto, houve redução de 3,94% nas tarifas praticadas na capital maranhense.

IPCA - Variação por regiões - mensal e acumulada em 12 meses
RegiãoPeso Regional (%)Variação (%)Variação Acumulada (%)
AgostoSetembroAno12 meses
Goiânia3,590,110,412,132,79
Rio Branco0,420,100,302,613,67
Salvador6,120,040,142,323,05
Belém4,23-0,200,082,483,54
Curitiba7,790,180,062,112,26
Aracaju0,79-0,470,052,813,71
Vitória1,78-0,50-0,021,722,13
Campo Grande1,51-0,21-0,042,302,77
Porto Alegre8,40-0,04-0,042,433,00
São Paulo30,670,33-0,062,762,90
Fortaleza2,910,33-0,083,414,06
Recife4,200,01-0,092,652,94
Rio de Janeiro12,06-0,06-0,132,372,98
Brasília2,800,08-0,171,802,11
Belo Horizonte10,860,13-0,182,492,82
São Luís1,87-0,31-0,222,062,58
Brasil100,000,11-0,042,492,89

IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 28 de agosto a 27 de setembro de 2019 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de julho a 27 de agosto de 2019 (base).

INPC de setembro fica em -0,05%

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de setembro variou -0,05%, enquanto, em agosto, havia registrado 0,12%. Este resultado é o menor para um mês de setembro desde 1998, quando o INPC ficou em -0,31%. A variação acumulada no ano ficou em 2,63% e, no acumulado dos últimos 12 meses, o índice desacelerou para 2,92%, abaixo dos 3,28% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2018, a taxa foi de 0,30%.

Os produtos alimentícios caíram 0,42% em setembro, enquanto no mês anterior registraram -0,49%. O agrupamento dos não alimentícios variou 0,11%, enquanto em agosto havia registrado 0,39%.

No que diz respeito aos índices regionais, o município de Goiânia (0,37%) teve a maior variação, em função da alta nos preços da gasolina (2,80%). Já o menor índice foi registrado na região metropolitana de Fortaleza (-0,21%), principalmente por conta da deflação de alguns alimentos como as frutas (-7,52%).

INPC - Variação por regiões - mensal e acumulada em 12 meses
RegiãoPeso Regional (%)Variação (%)Variação Acumulada (%)
AgostoSetembroAno12 meses
Goiânia4,150,190,372,373,18
Rio Branco0,590,250,282,493,40
Curitiba7,290,290,082,342,28
Salvador8,75-0,180,062,273,14
Belém6,44-0,240,042,503,43
Campo Grande1,64-0,070,022,322,60
Aracaju1,29-0,450,012,873,97
Porto Alegre7,380,060,002,632,99
Vitória1,83-0,52-0,012,252,27
São Paulo24,240,38-0,072,852,72
Brasília1,880,32-0,112,001,84
Recife5,88-0,01-0,152,622,98
Rio de Janeiro9,510,07-0,152,592,61
São Luís3,11-0,36-0,181,932,57
Belo Horizonte10,600,22-0,202,823,09
Fortaleza5,420,21-0,213,314,06
Brasil100,000,12-0,052,632,92

O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 28 de agosto a 27 de setembro de 2019 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de julho a 27 de agosto de 2019 (base).



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