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porto velho, domingo 8 de junho de 2025
BRASIL - Ameaçado por uma terceira onda de contaminações, conforme previsão de infectologistas, o Brasil é o 10º país onde a covid-19 mais mata no mundo na relação por milhão de habitantes. Em números totais (absolutos), ultrapassou a Índia nesta semana e está em 2º lugar.
Até esta sexta-feira (11) à tarde, 482.019 pessoas haviam perdido a vida para o novo coronavírus. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul eram os estados com o maior número de óbitos, respectivamente. Vale ressaltar que mais de 15,6 milhões de pessoas já se recuperaram da covid-19 no país e um número superior a 1 milhão de brasileiros está em acompanhamento.
Os números são do site Our World in Data, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Oxford, do Reino Unido, e do Ministério da Saúde.
Na escala proporcional, o ranking é liderado pelo Peru, com 5,6 mil mortes para cada milhão de habitantes. Já o Brasil possui 2,2 mil óbitos nesta comparação, mais adequada para análise estatística da evolução da pandemia, pois o cálculo leva em consideração o tamanho da população.
Em números absolutos, os Estados Unidos, que seguem na ponta desde o ínicio da crise sanitária global, detém a marca de 598,7 mil vidas perdidas pela doença, seguidos pelo Brasil.
A Índia possui 1,38 bilhão de habitantes, os Estados Unidos, 331 milhões; o Brasil, 212,5 milhões; e o Peru, 32,9 milhões.
"Indicadores de mortes, depois de um ano de pandemia, mostram as marcas de como esse componente epidemiológico vem se comportando", afirmou o médico infectologista David Urbaéz, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), em recente entrevista ao R7.
Veja o ranking de mortes proporcionais (por milhão de habitantes)
1º Peru - 5.697,19
2º Hungria - 3.094,71
3º Bósnia e Herzegovina - 2.887,39
4º República Tcheca - 2.821,09
5º San Marino - 2.651,89
6º Macedônia - 2.624,58
7º Bulgária - 2.574,24
8º Montenegro - 2.541,15
9º Eslováquia - 2.227,26
10º Brasil - 2.267,69
Veja o ranking de mortes em números totais
1º Estados Unidos - 598.744
2º Brasil - 482.019
3º Índia - 363.079
4º México - 229.580
5º Peru - 187.847
6º Reino Unido - 128.131
7º Itália - 126.855
8º Rússia - 123.178
9º França - 110.432
10º Colômbia - 94.046
Fonte: Our World in Data
Apesar de estar em 10º lugar no ranking proporcional de mortes, o Brasil é o 3º colocado na média móvel de mortes semanais, atrás de Peru, líder nessa comparação, e Colômbia. Até a sexta-feira (9), o país contabilizava uma taxa de 8,49 óbitos por milhão de habitantes.
O Peru possuía, ontem, uma taxa de 12,59 e a Colômbia, 10,37.
Curva de mortes é uma maneira de medir a velocidade dos óbitos, ou seja, a evolução da pandemia. Significa dizer que o Brasil é o terceiro país no mundo onde as mortes em um intervalo de 7 dias por covid-19 estão mais aceleradas.
Em 21 de fevereiro deste ano, quando a média começou a crescer em 2021, o país contabilizava uma taxa de 4,88 óbitos por milhão de habitantes. Em 5 de abril, atingiu o pico, com 14,67. Exatamente dois meses depois, em 5 de junho, o nível desacelerou para 7,71. Porém, ganhou ritmo novamente, e a taxa de mortalidade ontem era de 8,49.
Para efeito de comparação, os Estados Unidos, país em que a covid-19 mais matou em números absolutos, conseguiu desacelerar a curva de óbitos com a vacinação e a média móvel de mortes semanais está em 1,16 óbito para cada milhão de habitantes. Em 21 de fevereiro, era de 5,75
Além das medidas sanitárias fundamentais, como higienização das mãos e uso de máscaras, a vacinação em massa é a principal ferramenta para controlar a pandemia, conforme especialistas.
No Brasil três tipos de imunizantes estão sendo aplicados, por enquanto: CoronaVac, desenvolvida pela parceria Instituto Butantan e laboratório chinês Sinovac; a CoviShield, da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz; e a Pfizer/BioNTech.
Para este mês, conforme o Ministério da Saúde está prevista a entrega do primeiro lote de vacinas da Jonhson, com 3 milhões de doses. A grande vantagem dessa vacina é a imunização total com apenas uma aplicação. A programação inicial previa a entrega a partir de julho, com 16,9 milhões de doses enviadas até setembro. As outras 21,1 milhões chegariam entre outubro e dezembro de 2021.
Neste sábado (12), a Fiocruz confirmou que receberá nova remessa de matéria-prima para desenvolvimento da sua vacina. Conforme a entidade, a chegada do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) "permitirá a continuidade da produção e garantirá entregas semanais ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) até 10 de julho".
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, desde o início da campanha de vacinação, no fim de janeiro, já foram destinadas aos estados e Distrito Federal mais de 109,2 milhões de doses.
O Vacinômetro do R7 mostra que, até ontem a tarde, mais de 54,1 milhões de pessoas receberam a primeira aplicação de imunizante contra a covid-19 no país, o que corresponde a 25,5% da população. E mais de 23,7 milhões de injeções de segunda dose foram dadas, o que equivale a pouco mais de 11%.