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porto velho, domingo 8 de junho de 2025
BRASIL -A onda de violência no Amazonas completou uma semana. Os primeiros ataques registrados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) começaram na madrugada do dia 6, após a morte de um traficante. A ação desencadeou uma série de atos criminosos em Manaus e em nove cidade do estado, e já resultou na prisão de 46 pessoas. Foram, pelo menos, 65 ataques criminosos. Para tentar conter a onda de violência, o estado recebeu o reforço de tropas da Força Nacional.
Segundo a SSP, os criminosos agiram em resposta à morte de um traficante que era um dos líderes de uma facção criminosa que atua no tráfico de drogas no estad. Ele foi morto em confronto com agentes da Polícia Militar, no dia 5 de junho.
Ainda na madrugada do dia 6 foram registradas as primeiras respostas à baixa na facção. Bandidos incendiaram mais de 20 veículos, entre ônibus do transporte coletivo, veículos particulares, viaturas e até uma ambulância. Barricadas também foram montadas na capital pelos criminosos.
Além disso, em Manaus, agências bancárias, um distrito de obras da Prefeitura, uma Unidade Básica de Saúde (UBS), o prédio do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) e duas delegacias foram os alvos dos bandidos. A maioria foi queimada. No 24º DIP, no Centro, bandidos chegaram em lanchas e trocaram tiros com a Polícia. Uma granada foi jogada no local e detonada por agentes do Grupo Marte (veja abaixo a lista completa dos locais onde ocorreram ataques em Manaus).
A ação dos criminosos também ocorreu no interior do estado. Carauari, Rio Preto da Eva, Manacapuru, Iranduba, Careiro Castanho, Parintins, Caapiranga, Anori e Itapiranga registraram ataques.
Ônibus e veículos particulares também foram incendiados e houve troca de tiros entre os bandidos e a polícia. Em Carauari, um princípio de incêndio foi registrado em um Centro de Convivência da Família. Em Caapiranga, o grupo criminoso também chegou em lanchas e ateou fogo em frente à delegacia da cidade. No Careiro Castanho, uma escola foi um dos alvos escolhidos pelos bandidos.
Ataques registrados no interior:
Com a onda de ataques, vários serviços foram afetados. Em Manaus, ônibus foram retirados das ruas, shoppings e comércios fecharam mais cedo, serviços públicos foram suspensos, inclusive a vacinação contra a Covid-19. As aulas também voltaram para o sistema remoto e só retornaram de forma presencial na quarta-feira (9).
Homens da Força Nacional chegaram em Manaus desde a quarta-feira (9). — Foto: William Duarte/Rede Amazônica
A Polícia tenta dar uma resposta aos crimes. Até a sexta-feira (11), 46 pessoas tinham sido presas. Segundo o secretário de Segurança Pública do estado, coronel Luismar Bonates, a ordem para os ataques partiu de dentro de presídios. No entanto, cinco líderes identificados, que estavam nas ruas, também foram presos. A expectativa, segundo ele, é que os 'cabeças' dos ataques sejam transferidos para unidades federais. Até o momento, não houve transferências.
A Secretaria de Segurança Pública também montou uma força tarefa para dar uma resposta à onda de ataques e montou barreiras na cidade. O governador Wilson Lima pediu o reforço da Força Nacional e as tropas vindas de Brasília, Rondônia e Apuí desembarcaram em Manaus desde a quarta-feira (9). Cerca de 144 homens estão na operação, que também conta com o apoio de um efetivo da Polícia Rodoviária Federal.