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porto velho, sexta-feira 13 de junho de 2025
Meses após assumir a relação de poliamor e a história repercutir nacionalmente, os sargentos da Polícia Militar Alda Nery e Erisson Nery - que vivem um trisal com a administradora Darlene Oliveira, foram denunciados no Conselho Tutelar da cidade de Brasileia, no interior do Acre, por suposta negligência na criação dos dois filhos, de 13 e 17 anos. Os dois sargentos foram ouvidos na segunda-feira (9) no órgão.
A história foi compartilhada em uma rede social de Alda, onde em um desabafo ela contou sobre a denúncia e disse acreditar que eles estão sendo alvos de homofobia por terem assumido a relação do trisal. Ela também postou o relatório do conselho e o que consta na denúncia. O site não conseguiu contato com a família nesta terça-feira (10).
"Denunciaram que meus filhos são negligenciados, que eles ficam em casa, não saem de jeito nenhum e que eles têm comportamento depressivo. Meus filhos são nerds gostam de ler livros e a pessoa fazer uma denúncia dessas sobre duas crianças que são inteligentíssimas, que gostam de ler livros, de assistir coisas informativas. Eles não gostam de ficar andando de skate, fumando maconha nem soltando pepeta", desabafou.
Parte da denúncia diz que as vítimas são negligenciadas pelos pais e que são constantemente deixadas sozinhas por dias e que um deles aprendeu a cozinhar. Além de relatar que os pais levaram uma outra mulher para fazer parte do relacionamento, constrangendo os filhos que ficam sem entender e ficam confusos, depressivos e, por isso, passam maior parte do tempo no quarto e não podem sair para socializar com outras pessoas.
Alda e Erisson Nery são sargentos da PM e já eram casados quando conheceram a administradora Darlene. Os três se relacionam há quase um ano, mas só recentemente assumiram o trisal nas redes sociais e até criaram um perfil para divulgar a vida a três.
Mas a repercussão, além de trazer mensagens de apoio e até relatos de pessoas que levam o mesmo estilo de vida, acabou com a demissão de Darlene, segundo a sargento Alda, em junho deste ano. Ela diz que a companheira foi demitida com a justificativa de que a exposição dela afetaria a imagem da empresa. E agora eles encaram essa denúncia feita ao Conselho Tutelar.
Em desabafo, Alda questiona o teor das denúncias e afirma que a educação que sempre deu aos filhos nunca mudou.
"Será que essa denúncia foi relacionada à minha sexualidade? A minha escolha porque eu sou bissexual? A minha criação com meus filhos não mudou nada. Muito pelo contrário faço questão de que eles estão com a gente nos lugares", questiona.
A denúncia diz ainda que devido os pais serem militares e possuírem armas em casa, o filho mais velho possa tentar algo, por apresentar quadro depressivo.
"Acho meio injusto por deles porque vocês trabalham o dia inteiro, de 12 a 16 horas por dia ou até mais e mesmo assim fazem de tudo para estar com a gente. Então, não me sinto negligenciado. Foi uma denúncia bem injusta", diz um dos filhos.