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porto velho, segunda-feira 23 de junho de 2025
BRASIL - O sargento da Polícia Militar Nilson Cosme Batista dos Santos, um dos 4 mortos na chacina que ocorreu na região de Planaltina, no Distrito Federal, na tarde dessa quinta-feira (10), ligou para o batalhão onde trabalhava e disse aos policiais que iria matar a família. A Polícia Civil investiga a hipótese de homicídio seguido de suicídio.
A ligação aconteceu por volta das 18h. Sargento Cosme, como era conhecido, aparentava estar bastante nervoso ao dizer que mataria todos da casa, informou a PM. O policial que atendeu o telefonema chegou a ouvir os disparos de arma de fogo. A corporação enviou uma equipe ao local imediatamente. O imóvel onde morava a família fica na avenida Maranhão.
Os policiais chamaram por Nilson assim que chegaram à casa, do portão. Como não houve resposta e era possível ver fumaça saindo da residência, os PMs arrombaram a entrada e continuaram a chamar pelos moradores a partir do quintal e da garagem.
Pelas janelas, eles viram que o interior do imóvel estava em chamas e acionaram o Corpo de Bombeiros. As portas e janelas estavam lacrados, por isso tiveram de arrombar novamente as entradas na tentativa de resgatar possíveis sobreviventes.
Ao entrar pela sala da casa, se depararam incialmente com um corpo caído no chão. Ali, havia também um galão vazio, mas que cheirava a um combustível, como álcool. Em seguida, 12 bombeiros chegaram e se dividiram em duas equipes, para combater as chamas e retirar os corpos, um a um.
O incêndio atingiu apenas um dos quartos da casa, que consumiu um guarda roupas, uma cômoda, uma TV e duas camas. O trabalho para conter as chamas durou cerca de uma hora.
Todos tinham perfurações de arma de fogo e estavam carbonizados. Perto de uma das vítimas estava a pistola CZ 9mm, que pertece à Polícia Militar. As vítimas foram reconhecidas e foi constatado que todos eram da mesma família, sendo eles o sargento, a mulher dele, de 50 anos, e os dois filhos, de 21 e 16 anos.
O Instituto de Criminalística esteve na cena do crime para fazer a perícia ainda no fim da tarde de quinta, em caráter de urgência. A 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) apura o caso.
Por meio de nota, a Polícia Militar lamentou a morte do sargento. "O sargento Cosme trabalhava regularmente no 14º Batalhão e tinha duas condecorações e vários elogios em seus assentamentos". A PM declarou que não foi procurada nem recebeu nenhuma informação do comportamento do policial para que pudesse adotar medidas imediatas como a suspensão do porte e recolhimento da arma de fogo, o afastamento da atividade operacional e atendimento médico-psiquiátrico.
"A PMDF possui rede credenciada do sistema de saúde da Polícia Militar, dispondo atualmente de clínicas de psiquiatria e de psicoterapia para atendimento. Além disso, a PMDF, por meio da Capelania Militar e do Centro de Promoção e Qualidade de Vida, vem promovendo cursos para a saúde mental do policial militar."
O filho mais velho, Isaac, foi aprovado no PAS (Programa de Avaliação Seriada) da UnB (Universidade de Brasília), em 2019, para cursar engenharia química. Vizinhos falaram à Record TV sobre o comportamento da família. "Os filhos, normal como qualquer uma família tradicional. Normal. Não via qualquer ação descontrolada por parte do militar. Era normal. Como uma família normal", disse uma moradora.
"Eu estive conversando com um amigo dele, que é soldado aposentado, tirou serviço junto com ele, que ele não era muito de entrosamento com ninguém, falava pouco e tinha um sorriso meio abafado, meio amarelo. Conversava muito pouco com os colegas, não era muito de entrosamento", disse outro morador.