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porto velho, sábado 28 de junho de 2025
BRASIL - Em 2022, até agora, os criminosos roubaram 23 joalherias em todo o país. De acordo com a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, são feitos investimentos em segurança na casa de R$ 1,5 bilhão.
Uma fortuna roubada de residências e de joalherias foi encontrada na casa e na loja de Vladimir Pignataro Rosanês, apontado pelo departamento que investiga o crime organizado como um dos maiores receptadores de joias no Brasil. A Justiça decretou a prisão temporária dele por mais 30 dias.
“Eles já tinham até um combinado: saíam de lá e iam diretamente para esse receptador. Então via que ele já estava esperando a chegada dessa quadrilha e tinha também todo um equipamento a seu dispor para modificação da joia”, disse o delegado Fernandes Nogueira.
Dos 23 assaltos deste ano, dez foram em São Paulo, dois no Rio de Janeiro, quatro em Minas Gerais, dois na Bahia, um em Alagoas, dois na Paraíba, um em Mato Grosso do Sul e um no Paraná.
Tendência do crime?
Assalto à joalheria acontecem em várias partes do mundo. Um dos últimos foi em Paris. Em setembro do ano passado, ladrões roubaram mais de R$ 60 milhões em joias. Nesta semana, três homens entraram em uma exposição na Holanda. A marretadas, um deles quebrou a vitrine e o bando fugiu com um saco cheiro de peças valiosas.
Aqui no Brasil, os crimes têm sido violentos. Só nos últimos sete dias, ocorreram três ataques dentro de shoppings centers.
Na quarta-feira, uma quadrilha invadiu o shopping Aricanduva em São Paulo. Na hora do almoço, cinco ladrões fizeram dois funcionários reféns e levaram relógios e joias. Na fuga, do lado de fora, entraram em confronto com os seguranças e, em seguida, fugiram.
Sábado passado, 12 ladrões invadiram o shopping Village Mall, no Rio de Janeiro, para roubar uma joalheria. Do lado de fora, houve troca de tiros com os seguranças. Um vigilante foi baleado e morreu.
No mesmo dia, quase na mesma hora, outra quadrilha atacava duas joalherias no Shopping Dom Pedro, em Campinas, no interior de São Paulo. Houve pânico, correria e também troca de tiros com os seguranças. Ninguém ficou ferido.
“Com a diminuição do dinheiro em circulação, os objetos valiosos ficaram mais evidentes em relação a cobiça dessas quadrilhas. Um grupo criminoso, imprudente, muitas vezes ousado que vai cometer um crime muitas vezes em shoppings que estão lotados, em horários aonde a circulação de pessoas é muito grande”, falou o delegado do Deic de Campinas, Oswaldo Diez Junior.
O agente explica que a polícia civil investe em trabalho de inteligência para se antecipar às ações dos criminosos.
Os roubos são investigados por várias delegacias dos estados. Em São Paulo, os investigadores suspeitam que até quatro bandos diferentes estejam envolvidos nos ataques. Segundo a polícia, parte dessas quadrilhas age porque já tem quem comprem as joias roubadas. Outra parte comete o crime por oportunidade.
Segurança
Hoje, passam pelos 716 shoppings do Brasil cerca de 450 milhões de pessoas por mês. O uso de segurança armada tem que seguir regras, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). O presidente da entidade, Nabil Sahyoun, diz que a orientação é para que não se faça nenhum tipo de alarme dentro do empreendimento.
“Deixem esses bandidos saírem, por intermédio do sistema de telefones e, principalmente, da segurança que fica lá fora e também do botão de emergência, para que seja disparado onde a Polícia Civil seja avisada. Eles esperam lá fora, nas possíveis saídas para que possam pegar esses ‘marginais’ lá fora, não trazendo nenhum risco para a população”, disse.
Ele ressalta que “tudo que tem de mais moderno em relação à segurança” está presente nos shoppings. “Nós temos certeza que após os últimos acontecimentos a segurança vai ser reforçada mais ainda. Mais investimentos vão ser feitos só que a gente dê tranquilidade à população que frequenta o shopping center”, finalizou