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porto velho, sábado 28 de junho de 2025
BRASIL: Reabertos há dois meses, depois de uma interdição pela tragédia que vitimou dez pessoas em 8 de janeiro, quando uma rocha desabou e atingiu embarcações no Lago de Furnas, em Minas Gerais, os passeios nos cânions têm seguido novos protocolos de segurança.
Um decreto publicado pela prefeitura em março definiu a reabertura parcial do atrativo, um entre os mais procurados da região, com a avaliação geológica diária das rochas e o uso obrigatório de equipamentos de segurança, entre outras medidas.
A reportagem do R7 acompanhou um passeio no local, na tarde de quarta-feira (29), com uma empresa que organiza e realiza essas atividades no chamado ‘Mar de Minas’. O lago artificial, que banha 34 cidades da região do sudoeste mineiro, é conhecido assim devido à sua extensão (1.440 km²).
A embarcação passa por algumas das principais atrações, como a Usina Hidrelétrica de Furnas e a cachoeira Lagoa Azul, onde o uso do colete salva-vidas e do capacete é opcional.
Nos trechos dos cânions, bem como para crianças de até 12 anos ou idosos em qualquer local do lago, torna-se obrigatório. Ali, desde a reabertura, a entrada de embarcações é controlada e ocorre com fluxo reduzido
Nesses espaços, boias de demarcação amarelas delimitam o espaço onde as lanchas podem circular, a fim de que não haja qualquer risco para os viajantes e a tripulação.
“Todos os dias, a partir da manhã, a equipe de geólogos faz uma avaliação e libera para que tenha visitação. Se não for liberado, como quando está chovendo, o local é interditado”, diz Marco Antônio, proprietário de uma das empresas responsáveis por esses passeios, que também cita o uso dos equipamentos de segurança e o termo de anuência com orientações sobre as regras de visitação, assinado pelos passageiros.
Segundo Marco, o termo é também uma forma de gerar reflexão entre os visitantes de que cuidados são necessários para que a viagem seja feita com segurança, mantendo-os atentos com os protocolos a serem seguidos.
Marco relata que, desde o retorno das atividades, apesar do incidente, o movimento de turistas que procuram seu serviço está aumentando aos poucos, mas a expectativa é de melhora real nos últimos meses do ano.
“Tá até bom. Como estamos no inverno, não está aquele movimento muito forte, mas está voltando ao normal. Com o verão entrando, acreditamos que o movimento voltará ao normal novamente. Não é como no verão, que é a época de mais procura, mas já temos tido um bom movimento", afirma.
Quase dois meses após aquele 8 de janeiro, a Polícia Civil apresentou o inquérito sobre o acidente, concluindo que se tratou de um desastre natural, ou seja, sem culpados. Marco Antônio observa da mesma maneira:
“Nunca tinha acontecido nada parecido antes. Não dava pra imaginar, foi um desastre”.
Para além dos protocolos previstos no decreto municipal, que possuem caráter temporário, a prefeitura planeja uma obra de contenção dos cinco pontos que possuem risco iminente de queda de rochas.
A previsão é que a construção das telas de aço ocorra até o ano que vem – enquanto isso, as medidas definidas no decreto continuam valendo.
“Ainda não temos como afirmar o que vamos fazer, mas vamos fazer a obra de contenção, e em seguida um novo estudo, um novo ordenamento dos cânions, então não podemos adiantar o que será feito, porque vai acontecer através do trabalho dos geólogos. Eles vão trazer essa segurança pra gente, porque é um trabalho técnico, profissional, qualificado, isso traz pra gente muita segurança no que estamos fazendo”, diz Lucas Arantes, secretário de turismo de Capitólio.
Segundo anunciou o prefeito Cristiano Gerardão, no fim de março, a intenção é contar com a parceria dos governos estadual e federal para executar a obra.
O decreto da prefeitura de Capitólio definiu as seguintes medidas obrigatórias para a reabertura parcial do passeio nos cânions do Lago de Furnas:
- análise diária para avaliação geológica do atrativo;
- uso de capacete proteção e colete salva-vidas;
- apresentação do termo de anuência e aceite, assinado por todos os passageiros da embarcação, contendo orientações expressas sobre as novas regras de visitação;
- uso de capacete de proteção e colete salva-vidas em todo o circuito dos cânions;
- interrupção dos passeios em qualquer ponto dentro do cânion em caso de chuvas e/ou verificação de algum tipo de deslocamento ou movimentação de blocos rochosos ou de solo;
- delimitação de circuito das embarcações para que a visitação ocorra de forma rotativa
- proibição de circulação para além das boias de demarcação;
- proibida a navegação a três nós (velocidade);
- proibida a entrada de embarcações acima de 32 pés;
- horário de funcionamento das 9h às 16h de segunda a sexta-feira, e das 8h às 18h nos finais de semana e feriados.