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porto velho, sábado 28 de junho de 2025
BRASIL: Depois de ser supostamente mantida em cárcere privado por um médico em uma unidade de saúde particular da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, uma mulher de 35 anos contou a série de problemas sofridos no procedimento estético realizado pelo médico Bolívar Guerrero Silva, que foi preso nessa segunda-feira (18/7).
A mulher também contou como se sentiu por causa do episódio. “Não podia andar no corredor, não podia fazer nada. Só ficar trancada no quarto que eu estava. Meu sentimento é de apavoramento, de dor, de angústia, de querer ir embora, de sair daqui”, acrescentou.
O cirurgião-plástico equatoriano Bolívar Guerrero Silva foi preso suspeito de manter a paciente presa por causa dos problemas no procedimento estético. Ele vai responder por cárcere privado e associação criminosa.
A mulher disse que uma transferência vinha sendo dificultada pelo hospital e médico. A polícia foi chamada depois que uma acompanhante da paciente procurou a Polícia Civil para relatar o caso. Além de prender o cirurgião plástico, os agentes resgataram a mulher na unidade de saúde.
A delegada Fernanda Fernandes, da Delegacia de Atendimento à Mulher de Duque de Caxias (Deam-Caxias), disse que quatro pessoas já procuraram a delegacia desde a prisão do médico para relatar novos supostos crimes supostamente praticados por ele. Em 2010, ele também foi preso enquanto respondia por falsificação de medicamento e organização criminosa.
“A gente ficou muito impactado, como ela estava com lesões muito graves, preocupados com a situação de saúde dela. Tomamos o termo da vítima no hospital, e ela relatou dificuldades, que não estava conseguindo sair do hospital. Por conta disso, representamos no plantão judiciário pela transferência dela, prisão temporária do autor e suspensão do CRM temporário”, afirmou a delegada.
Fernanda acrescentou que a vítima estava correndo risco de morte, já que se encontrava em estado muito grave. Ainda é incerta a quantidade de cirurgias a que a mulher foi submetida. A polícia informou que requisitou o prontuário e, ao longo da semana, não foi fornecido.
“Por conta disso estivemos no hospital pra tentar falar com a vítima e com a acompanhante de quarto”, explicou a delegada.
A polícia pediu uma perícia na unidade, que, segundo a delegada, pode até ser fechado. O Hospital Santa Branca informou que as acusações de que foi praticado cárcere privado na unidade são “infundadas” e nega que o médico seja sócio do hospital. Segundo a unidade de saúde, a paciente chegou a se recusar a deixar o local.
A equipe que trabalha com o cirurgião plástico fez uma postagem em uma de suas redes sociais e negou que o médico estivesse mantendo a paciente em cárcere privado. Segundo a publicação, Bolívar aceitou liberar a paciente, desde que ela assinasse um documento se responsabilizando por qualquer problema após a liberação.
“O dr. Bolivar foi prestar um depoimento na delegacia. Ele não estava mantendo paciente nenhuma em cárcere privado. Ela estava fazendo curativo e sendo assistida no hospital dele por ele. Porém, ela queria ser liberada sem ter terminado o tratamento, e ele, como médico, seria imprudente de [sic] liberá-la”, afirmou um trecho da publicação.