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    porto velho, sábado 28 de junho de 2025

Ministério Público do PR denuncia policial que matou petista e aponta motivo fútil

Policial penal Jorge Guaranho foi denunciado por homicídio com motivo fútil: a preferência político-partidária


METROPOLES

Publicada em: 20/07/2022 15:24:57 - Atualizado


BRASIL: O Ministério Público do Paraná denunciou, nesta quarta-feira (20/7), o policial penal federal Jorge Guaranho pelo homicídio do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda, que ocorreu no último dia 9 de julho. Um dos agravantes apontados pelos promotores foi o “motivo fútil” para o homicídio, “havendo a querela sido desencadeada por preferência política-partidária”. Outra qualificação apontada pelos autores da denúncia foi a possibilidade de a ação “resultar em perigo comum”, ou coletivo.

O promotor Tiago Lisboa Mendonça explicou que a denúncia foi oferecida faltando ainda cinco laudos da perícia, incluindo o do celular do atirador. Para ele, os laudos serão importantes, mas “não são imprescindíveis ao oferecimento da denúncia”, que poderá ser editada em caso de fatos novos.

O caso

O guarda municipal de Foz do Iguaçu Marcelo Arruda, candidato a vice-prefeito pelo PT nas últimas eleições, foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, na noite de 9 de julho. A festa tinha como tema o PT e fazia várias referências ao ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

O evento seguia normalmente quando, por volta das 23h, Jorge Guaranho, que se declara apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi ao local e discutiu com os participantes. Ele levava no carro a esposa e a filha, um bebê de colo. Após a primeira briga, na qual teve terra atirada contra seu veículo, Guaranho saiu, mas afirmando que voltaria. Minutos depois, retornou sozinho e armado e atirou em Marcelo, que revidou.

Os promotores relataram nesta quarta-feira que a discussão política esteve presente em todos os momentos do embate entre os dois.

Uma vigilante que estava no clube onde o tesoureiro do PT e guarda municipal foi morto confirmou em depoimento que ouviu a frase “Aqui é Bolsonaro, porra!” vinda do policial penal federal. Ele teria proferido as palavras antes de atirar contra Marcelo.

A Polícia Civil do Paraná concluiu, no último dia 15 de julho, que o assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT não poderia ser enquadrado, juridicamente, como crime de motivação política. A decisão foi alvo de críticas, e o MP pediu mais diligências antes de se pronunciar, o que ocorre nesta quarta-feira (20/7).


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