PORTO VELHO, RO: A seca severa que assola Rondônia está impactando drasticamente as comunidades ribeirinhas de Porto Velho, onde famílias enfrentam dificuldades extremas para acessar água potável. 

Com meses sem chuva significativa, o Rio Madeira registrou em julho e agosto os menores níveis em quase 60 anos, segundo monitoramentos históricos.

Na comunidade de Mutum, por exemplo, ribeirinhos precisam percorrer mais de uma hora de barco para encontrar água potável. Em Terra Firme, a situação não é diferente; o nível do rio recuou tanto que os moradores agora enfrentam longas caminhadas para alcançar a margem, onde a água ainda é escassa e de difícil acesso.

A falta de água tem afetado gravemente as condições de vida. O Igarapé Maravilha, que abastecia uma comunidade, secou completamente em menos de um mês, resultando na morte de dezenas de peixes e deixando os moradores sem acesso a uma fonte de água limpa. Sem outra alternativa, muitos ribeirinhos têm recorrido à água suja do Rio Madeira para sobreviver.

A Defesa Civil de Porto Velho está distribuindo água mineral e kits de hipoclorito de sódio nas comunidades mais afetadas, mas a crise hídrica continua a piorar. Em algumas áreas, os poços artesianos secaram, e as poucas bombas de drenagem restantes não conseguem mais alcançar a água devido à grande distância até o rio.

Especialistas alertam que a situação pode se agravar ainda mais, pois as condições meteorológicas indicam que a estiagem prolongada continuará a reduzir os níveis dos rios, colocando em risco não apenas o acesso à água, mas também a navegação no Rio Madeira e outros afluentes da região.