PORTO VELHO, RO: O Rio Madeira atingiu na madrugada de terça-feira (3) o menor nível em quase seis décadas, com a cota de 1,02 metro registrada em Porto Velho, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Esse é o menor patamar desde 1967, quando o monitoramento do rio começou. 

A marca histórica reflete a severa estiagem que afeta a região, com o rio permanecendo cerca de três metros abaixo da média esperada para este período do ano.

A seca extrema, atribuída ao aquecimento anormal do Oceano Atlântico Norte e ao fenômeno El Niño, tem provocado impactos devastadores nas comunidades ribeirinhas e na fauna local. 

Em localidades como o distrito de São Carlos, em Porto Velho, moradores enfrentam dificuldades para obter água potável, com alguns tendo que recorrer a buracos no solo para suprir necessidades básicas. A comunidade Maravilha também sofre com a seca de igarapés, que resultou na morte de peixes e na escassez de água para os animais e humanos.

Além dos impactos sociais e ambientais, a crise hídrica ameaça a geração de energia nas usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, que operam no rio Madeira. 

Com o rio em níveis historicamente baixos, a Agência Nacional de Águas (ANA) já alerta para o risco de paralisação de operações, o que pode comprometer o fornecimento de energia em diversas regiões do Brasil.