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    porto velho, segunda-feira 16 de setembro de 2024

No Dia da Amazônia, Rio Madeira fica abaixo de 1 metro pela 1ª vez na história

No Dia da Amazônia, Rio Madeira fica abaixo de 1 metro pela 1ª vez na história. Com a seca extrema, a Hidrelétrica Santo Antônio, foi obrigada a reduzir drasticamente sua operação.


Redação

Publicada em: 06/09/2024 09:19:56 - Atualizado

Seca do rio Madeira em 2024 — Foto: Edson Gabriel/Rede Amazônica

PORTO VELHO, RO: Pela primeira vez na história, o Rio Madeira, em Porto Velho, atingiu níveis abaixo de 1 metro, marcando 96 centímetros nesta quinta-feira, 5 de setembro. O fenômeno coincide com o Dia da Amazônia, uma data que reforça discussões sobre a preservação da floresta e seus recursos hídricos. A situação crítica da seca também afeta a fauna do rio, que abriga cerca de 40% das espécies de peixes da bacia amazônica.

Com a seca extrema, a Hidrelétrica Santo Antônio, uma das maiores do país, foi obrigada a reduzir drasticamente sua operação. Atualmente, apenas 14% das turbinas estão em funcionamento. A medição do nível do rio, realizada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) desde 1967, nunca havia registrado uma marca tão baixa, e o órgão precisará instalar uma nova régua para continuar o monitoramento, já que a existente não contempla níveis abaixo de 1 metro.

A estiagem que atinge Rondônia desde julho tem provocado uma sequência de recordes negativos. Em apenas um mês, o Rio Madeira teve uma queda de quase 1,5 metro em seu nível. Normalmente, nesta época do ano, o rio deveria estar em torno de 3,80 metros, mas a realidade está quase três metros abaixo do esperado.

A seca, além de paralisar a hidrelétrica, impacta diretamente as comunidades ribeirinhas. Os moradores, que dependem das águas do Madeira, sofrem com a falta de abastecimento. Em algumas localidades, o consumo diário de água por família é inferior a 50 litros, muito abaixo dos 110 litros recomendados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para atender às necessidades básicas.

A situação se agrava ainda mais com o aumento no número de queimadas. Rondônia registrou 570 focos de incêndio nos primeiros dias de setembro, e o acumulado entre janeiro e o início deste mês é o maior em 14 anos. As queimadas constantes têm afetado a qualidade do ar, colocando Porto Velho entre as cidades com pior índice de poluição atmosférica do país, segundo dados de plataformas de monitoramento ambiental.

Além das perdas ambientais, a seca traz impactos econômicos e sociais, com dificuldades no fornecimento de energia e restrições no acesso à água potável para milhares de pessoas na região.


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