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porto velho, terça-feira 11 de fevereiro de 2025
PORTO VELHO-RO: A pesquisa de endividamento e inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela CNC, em conjunto com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-Fecomércio/RO, mostra que, em dezembro de 2024, Porto Velho teve queda significativa de 5% no endividamento das famílias, em relação ao mês anterior, após dois meses de alta.
Importante assinalar que a inadimplência caiu fortemente (-6,4%) saindo de 45,7 para 42,8. Somente as famílias que não tiveram condições de pagar cresceram levemente de 16, 0 em novembro para 16,3% em dezembro.
Dezembro não foi um grande resultado comparado a outros meses do ano, mas segundo a consultoria econômica da Fecomércio/RO, a apuração foi positiva na medida em que, normalmente, no último mês do ano há uma elevação do endividamento em razão do período natalino.
Independente das condições das famílias, há um aumento de consumo que eleva o endividamento. Para o presidente do Sistema Fecomércio/RO, Raniery Araujo Coelho, o resultado do aumento de famílias que não podem pagar suas contas, não se situa fora das expectativas, na medida em que a inflação elevada, com o aumento dos juros, dificulta às famílias que possuem rendas mais limitadas, o enfrentamento ao aumento dos preços.
“Não teremos uma solução para isto sem um ambiente econômico estável”, avaliou o presidente. Enquanto isto não acontece, Raniery Coelho ressaltou que será necessário aproveitar a legislação criada para o endividamento e implantar políticas de negociação das dívidas e, ao mesmo tempo, reforçar a educação financeira das famílias mais endividadas.
NACIONAL
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), da CNC apontou, que, em nível nacional, pela segunda vez consecutiva, menos famílias brasileiras fecharam o ano endividadas.
Segundo a pesquisa, houve queda de 0,9% em dezembro, na comparação com dezembro de 2023, saindo de 77,6% para 76,7%. A inadimplência, porém aumentou no último mês de 2024, com 29,3% das famílias com dívidas em atraso ante os 28,8% do dezembro anterior.
As famílias que não conseguem quitar o que devem chegaram ao patamar de 13,0%, o maior da série histórica.
A redução do endividamento pode ser atribuída à maior cautela dos brasileiros num cenário de elevação da taxa Selic e da inflação, o que dificulta o consumo e aumenta o custo do crédito.
Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, “a inadimplência é um reflexo do impacto desproporcional desses fatores sobre as famílias de baixa renda, que enfrentam juros elevados e renda limitada para absorver o aumento dos preços”.