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    porto velho, segunda-feira 5 de maio de 2025

“Essas pessoas não tem coração”, diz ex-ministro da Previdência sobre roubo no INSS

Amir Lando afirmou que tentou moralizar, mas acabou forçado a sair do ministério


Redação

Publicada em: 05/05/2025 15:12:11 - Atualizado


PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo recebeu Amir Lando (MDB), ex-ministro e deputado federal relator da cassação do mandato do ex-presidente Collor.

Com o nome do ex-presidente Collor em evidência, após a sua prisão nesta última semana, Amir Lando relembrou o período em que tomou o noticiário nacional quando se tornou o relator do pedido de cassação do presidente na Câmara Federal.

Amir Lando assumiu o papel de ouvir as testemunhas, investigar os fatos e apresentar um relatório que apontasse para a inocência ou culpa de Collor. Sob o olhar do mundo, o deputado rondoniense apresentou um relatório onde se provava a existência de um gigantesco esquema de corrupção dentro da república brasileira, que culminou na cassação de Fernando Collor de Melo.

“Eu fiz essa investigação e trouxe para conhecimento da nação, que tem direito de saber o retrato da realidade. Havia sido montado um esquema chamado “PC”, que operava recursos desviados para campanhas eleitorais. O que investiguei é que as contas arrecadadas pelas firmas do PC Farias estavam em nome de pessoas fantasmas, que repassavam o valor para o presidente”, comentou Amir Lando.

Sobre o recente escândalo do rombo no INSS, Amir Lando, que já foi ministro da Previdência do Brasil, relatou que as pessoas que roubam dos aposentados brasileiros não podem ser caracterizadas como seres humanos, pois praticam atos de barbárie.

“O meu mote foi humanizar a previdência social, é deplorável o que acontece hoje na visão da previdência social, mas é o que nós temos. Se não se deve roubar como manda um dos mandamentos, imagina roubar de uma pessoa fragilizada, pobre, isso é uma coisa bárbara, ninguém tem pena de ninguém, essas pessoas não têm coração, não têm alma, são perversas”, argumentou Amir Lando.

Durante sua passagem no ministério, Amir Lando afirmou que constatou esquemas de furto do INSS, o que o levou a tomar medidas duras contra a corrupção. Ele ainda afirma que essas medidas levaram à sua forçada saída do ministério.

“Nós sabíamos que a Previdência perdia um terço de seus rendimentos com esses desvios. Nós constatamos que havia no holerite o valor de mil e reais, e eram debitados mil e trezentos. Pegamos pessoas com 300 benefícios, então, quando eu vi que a coisa era séria, eu reuni um conselho de Estado. Por isso, eu apresentei 24 medidas para moralizar a previdência, e por conta disso sofri uma pressão que me forçou a sair do ministério”, relatou Amir Lando.

Confira o programa na íntegra:


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